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Huawei estima prejuízo de US$ 30 bilhões em sua receita total após banimento comercial dos EUA

Ren Zhengfei, fundador da Huawei, afirmou em evento à imprensa que não imaginava que os danos causado pelo banimento dos EUA seriam tão sérios.

Estande da Huawei em feira de eletrônicos.

Getty Images

O conflito entre Huawei e Estados Unidos ainda envolve muitas incertezas. A cada semana se desenrola um novo capítulo dessa história, indicando um futuro desconhecido para ambos os lados. Mas, parece que agora a gigante de tecnologia chinesa se deparou com uma séria ameaça a seus negócios ao calcular o real prejuízo que as sanções da administração de Trump terão na companhia: US$ 30 bilhões.

Até então, tanto as empresas de tecnologia americanas como a Huawei ainda se baseavam em especulações sobre os possíveis resultados desse conflito. O Google já demonstrou preocupação com a criação de um sistema Android híbrido pela Huawei, alegando que isso representaria um risco à segurança – um efeito contrário ao que a medida busca. Já a Huawei havia dito que a sanção dos EUA não iria prejudicar seus negócios, mas também anunciou que iria adiar o lançamento do laptop MateBook devido ao banimento comercial.

Porém, nesta segunda-feira (17), a Huawei confirmou em um evento à imprensa que as ações de retaliação da administração de Trump vão, sim, impactar (e muito) a empresa. Com o período de licença temporária de 90 dias chegando ao fim, a companhia está calculando os possíveis danos causados por esse conflito e explorando opções para minimizar esses efeitos.

Segundo Ren Zhengfei, fundador da Huawei, houve uma queda de 40% na exportação de smartphones da empresa só no último mês. Ren estima que as sanções de Washington vão reduzir a receita total da Huawei em cerca em US$ 30 bilhões nos próximos dois anos, de acordo com a Bloomberg.

O site de notícias ainda menciona que o fundador bilionário da empresa teria afirmado que “não esperava que os danos fossem tão sérios”. A Huawei já está trabalhando em planos a longo prazo, com projetos de desenvolver cada vez mais seus próprios componentes e softwares a fim de reduzir ao máximo sua dependência de tecnologias estrangeiras, conforme observado pela Bloomberg. No entanto, isso pode levar um tempo e a companhia ainda teria que enfrentar outros obstáculos, como convencer desenvolvedores a criarem apps para seu sistema operacional.

Segundo a Reuters, Nicholas Negroponte, fundador do MIT Media Lab que participou do evento na segunda-feira, afirmou que o banimento era um erro. A agência de notícias cita um depoimento do especialista em tecnologia defendendo que essas medidas implementadas pela administração de Trump não têm a ver com a segurança nacional como eles alegam:

“Nosso presidente já disse publicamente que ele iria reconsiderar a decisão se a Huawei aceitasse um acordo comercial. Então, claramente isso não tem a ver com segurança nacional”.

A própria Huawei já havia acusado os EUA de utilizar a questão de segurança nacional como desculpa para justificar o banimento comercial. Segundo a empresa, o verdadeiro motivo era eliminar a concorrência e ganhar vantagem na guerra comercial entre China e Estados Unidos.

Segundo a Bloomberg, o analista Tom Kang publicou um relatório analisando as retaliações dos EUA à Huawei e concluiu que “o impacto em mercados emergentes vai variar. No entanto, a Europa, o Japão e a América Latina serão fortemente afetados”.

[Bloomberg, Reuters]

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