O Departamento de Comércio concedeu às empresas de tecnologia dos EUA uma prorrogação de 90 dias para continuarem trabalhando com a Huawei. Mas devido ao aumento das preocupações com segurança e à ameaça de serem proibidos de usar a tecnologia americana, a Huawei está sendo forçada a se preparar para um futuro sem acesso ao Google ou a aplicativos hospedados na Play Store.
No entanto, caso a Bloomberg esteja correta, a Huawei pode estar muito mais perto de ter sua própria loja de aplicativos independente do que imaginávamos. Isso porque o App Galery, que, como a Play Store do Google, funciona como um meio alternativo de baixar aplicativos em telefones Huawei, está pré-instalado em quase todos os modelos de celulares da marca.
A grande diferença é que o App Gallery exige uma conta de ID da Huawei em vez de uma conta do Google e não tem vínculos diretos com o Google ou a Play Store. Por isso, a Huawei deve continuar usando o App Gallery para distribuir aplicativos para seus usuários depois que o prazo atual de 90 dias expirar.
Alguns podem pensar que isso é apenas coincidência, mas como as ameaças de proibir a Huawei de usar a tecnologia e software norte-americanos já vem de vários anos, um futuro sem a Play Store é algo para o qual a Huawei teve tempo de se preparar. E embora o clima político atual nos EUA possa ter pressionado a empresa, a surpresa seria se ela não tivesse nenhuma carta na manga.
É uma situação semelhante para o próprio Android — ou pelo menos a versão do Android nos EUA, que vem com o amplo portfólio de aplicativos e serviços do Google. O sistema é outra coisa que a Huawei pode abandonar caso a proibição de tecnologia do DOC entre em vigor. Embora o Android seja um sistema de código aberto, a versão do sistema operacional do Google vem com muitos recursos com os quais os usuários já estão acostumados, incluindo o acesso à loja do Google Play.
Mas, assim como a Play Store, a Huawei também tem um plano para esse possível desdobramento. O South China Morning Post informou recentemente que a Huawei afirma ter seu próprio sistema operacional para smartphones e computadores e que ele já está em desenvolvimento. Esta alegação da Huawei data de abril de 2018, quando a ZTE, fabricante chinesa de equipamentos de telecomunicações e telefones, foi proibida de usar a tecnologia dos EUA depois de violar as sanções dos EUA.
Segundo o The Information, no entanto, o sistema operacional, conhecido internamente como “Project Z”, estaria “longe de estar pronto”, passando por um processo de desenvolvimento turbulento. Além disso, a empresa pode encontrar dificuldades em convencer desenvolvedores a criarem apps para a nova plataforma.
De qualquer forma, mesmo que a Huawei já tenha em mente substitutos criados para o Android e para a Google Play Store, a proibição de usar os EUA será uma grande dor de cabeça para a empresa e para as pessoas que usam seus dispositivos.