Ciência

Humanidade chega a 8 bilhões, mas subpopulação idosa preocupa países

Projeções apontam que até o final do século população mundial deve começar a declinar; cenário é desigual em diversos países
Imagem: Joseph Chan/ Unsplash/ Reprodução

A população mundial já bateu a marca de oito bilhões de pessoas e as projeções dizem que ela vai continuar crescendo ao menos até o início do próximo século. De acordo com estimativas da ONU, deve chegar a 10 bilhões até 2050 e alcançar 11 bilhões até 2100.

Contudo, especialistas afirmam que esse será o “pico populacional”. Depois disso, a tendência é que o número de pessoas na Terra diminua. Mas ainda não se sabe exatamente a proporção desses acontecimentos em cada região do planeta.

Em média, os países com taxa de natalidade de 2,1 filhos por mulher têm suas populações constantes. No entanto, esse valor terá caído em 76% dos países até 2050, segundo estudo do pesquisador Stein Emil Vollset, da Universidade de Washington em Seattle, publicado na revista Lancet.

Até 2100, essa projeção deve chegar a 97%. Ao mesmo tempo, a expectativa de vida cresceu, o que significa que a população está envelhecendo. Até 2030, uma em cada seis pessoas terá 60 anos ou mais, aumentando para uma em cada cinco até 2050, prevê a OMS (Organização Mundial da Saúde).

Cenário mundial

De acordo com especialistas, enquanto o declínio populacional acontece em alguns países, outros ainda enfrentam o baby boom. Isso só reforça as diferentes realidades, que acompanham o nível de riqueza e, consequentemente, de desenvolvimento dos países.

Em geral, os países com baixas taxas de natalidade costumam ter altos rendimentos. Dessa forma, estão mais concentrados entre as nações europeias. Por lá, o receio é que a população envelheça, pare de trabalhar e não haja jovens o suficiente para movimentar a economia.

Embora esse seja um medo disseminado, especialistas ponderam que a diminuição da população também trará benefícios nesses casos. Os efeitos positivos serão sentidos na melhor distribuição de moradia e no menor impacto ao meio ambiente, por exemplo.

Ao mesmo tempo, uma minoria de países enfrenta o desafio oposto: ter uma taxa de natalidade mais alta do que o nível de reposição de 2,1. Geralmente, essas nações têm menos dinheiro e fazem parte do continente africano, especialmente na África subsaariana, que é projetada para representar uma em cada duas crianças nascidas até 2100.

Nesses países, um melhor acesso a contraceptivos e educação para meninas tem mostrado reduzir as taxas de natalidade. 

No novo estudo de Vollset e sua equipe, os cientistas afirmam que a migração de jovens desses países para regiões de maior renda deve continuar. Contudo, poderá causar uma competição entre nações mais ricos por esses migrantes. 

“No entanto, essa abordagem só funcionará se houver uma mudança nas atitudes públicas e políticas atuais em relação à imigração,” eles afirmam no artigo.

Pensando no futuro da população

Para que os governos se preparem para essa transição, será preciso ajustes tributários, mudanças nas leis trabalhistas e olhos atentos para acomodar novas necessidades. 

Por exemplo, melhorar o acesso à moradia e aos tratamentos de fertilidade pode desacelerar a queda nas taxas de natalidade.

Ao mesmo tempo, se hoje as cidades são focadas em levar as pessoas para escolas e para o trabalho, no futuro elas devem construir mais hospitais e atualizar sistemas de transporte. 

Além disso, as empresas também precisam facilitar para que as pessoas mais velhas permaneçam no trabalho por mais tempo. Por exemplo, com horários reduzidos.

Bárbara Giovani

Bárbara Giovani

Jornalista de ciência que também ama música e cinema. Já publicou na Agência Bori e participa do podcast Prato de Ciência.

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