Humanos podem ter moldado tamanho do chifre de rinocerontes
Uma equipe formada por pesquisadores europeus usou artes e fotografias antigas para investigar a influência humana no tamanho do chifre de rinocerontes. O estudo completo foi publicado na revista People and Nature.
Segundo os cientistas, o chifre do animal ficou mais curto ao longo do último século, o que parece ser resultado da caça predatória. O apêndice do animal costuma ser aplicado na medicina tradicional da China e Vietnã, além de ser utilizado na confecção de joias.
Para os caçadores, é mais vantajoso vender os chifres maiores. Por conta disso, na hora da caçada, eles optam pelos animais com apêndices mais protuberantes. Segundo os pesquisadores, foi vista uma tendência semelhante para o marfim de elefantes.
Os cientistas não precisaram de registros fósseis para investigar a mudança dos rinocerontes. Na verdade, fizeram a descoberta examinando obras de arte e fotografias de rinocerontes mantidas pelo Rhino Resource Center (RRC) em Utrecht, nos Países Baixos.
Foram analisadas 80 fotografias de rinocerontes posicionados de perfil. Algumas das obras remontavam ao século 15. Então, a equipe calculou o comprimento do chifre em relação ao corpo do animal, obtendo uma média de tamanho.
Os rinocerontes-negros tinham chifres mais longos que os rinocerontes-brancos, enquanto os rinoceronte-de-Sumatra tinham os apêndices mais curtos. Porém, o encurtamento do chifre ao longo do tempo foi observado para todas as espécies analisadas.
A maioria dos rinocerontes fotografados vivia em cativeiro, mas havia sido retirada da natureza ou nascido de pais que viviam em savanas, o que sugere que a diminuição no comprimento do chifre provavelmente reflete as pressões de seleção que os animais enfrentam em seu habitat. Mais estudos devem ser feitos para medir o impacto dos humanos diretamente em populações selvagens.