IA do INSS decide quem pode aposentar ou receber pensão no Brasil pelo app

Algoritmo já é responsável por conceder ou negar benefícios como aposentadoria a um terço dos pedidos feitos ao INSS
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A inteligência artificial já chegou ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Desde 2017, a adoção do aplicativo Central de Serviços, atual MeuINSS, usa um algoritmo como parte do processo de decisão de aposentadoria, pensão e auxílio.

Entre 2022 e 2023, a análise automática aumentou de 17% para 23% no órgão, e deve subir para 50% até 2026, como destacou a Folha de S. Paulo. Hoje, a IA já é responsável por um terço dos pedidos do instituto.

A automatização libera a solicitação em segundos, conferindo dados como o tempo de contribuição. Isso é positivo, já que segundo estimativas, a fila da aposentadoria tem 1,7 milhão de pessoas, enquanto a de análise de tarefas pendentes tem 7,6 milhões.

“Antes tudo era analisado com papel para checar os vínculos, e cada etapa do pedido do cidadão era executada por um sistema diferente. Passamos a integrar as diferentes plataformas e usar o CPF como chave-primária [identificador único] para reunir as informações dos contribuintes”, contou o diretor de tecnologia de informação do INSS, Ailton Nunes ao Tilt UOL.

A IA do INSS pode falhar?

Apesar de acelerar o processo, a automatização tem pontos negativos. O principal deles é não levar em conta o analfabetismo digital entre idosos no Brasil, já que exige o escaneamento de arquivos, por exemplo. Os pedidos de aposentadoria agora são feitos no aplicativo ou site do “MeuINSS”, enquanto as agências servem apenas para tirar dúvidas e realizar perícias.

Além disso, segundo especialistas, o sucesso do processo depende de todas as informações estarem corretamente inseridas no CNIS (Cadastro Nacional de Informações Sociais). Ou seja, erros de cadastro podem fazer com que o sistema deixe de conceder o benefício, obrigando o trabalhador a passar por um processo comprobatório para corrigir as informações.

“Antes de negar o benefício, o sistema deveria identificar o erro daquele processo, encaminhar uma exigência para o segurado e levar para um servidor, de modo que ele possa conferir se aquele pedido de aposentadoria deve ser negado ou não”, explicou a presidente do IBDP (Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário), Adriane Bramante ao Tilt UOL. “Desses 50% indeferidos [negados], talvez 20% ou 30% poderiam ser corrigidos, se tivesse havido um encaminhamento para um humano”.

Nem todos os registros estão digitalizados. Além disso, alguns deles também não constam nos sistemas. Porém, de acordo com o INSS, o robô permanece na taxa histórica, concedendo metade dos pedidos feitos na fase inicial.

Isabela Oliveira

Isabela Oliveira

Jornalista formada pela Unesp. Com passagem pelo site de turismo Mundo Viajar, já escreveu sobre cultura, celebridades, meio ambiente e de tudo um pouco. É entusiasta de moda, música e temas relacionados à mulher.

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