No Brasil, as ferramentas de IA (Inteligência Artificial) já estão presentes no cotidiano da maioria dos gamers. Segundo a PGB (Pesquisa Game Brasil) de 2024, mais de 68% dos jogadores usam algum modelo de IA no dia a dia, enquanto mais de 85% dos entrevistados dizem conhecer a tecnologia.
O estudo, que ficou disponível nesta semana, retrata como os jogos eletrônicos fazem parte não só do entretenimento, como também da socialização dos brasileiros. Além disso, a pesquisa detalha o perfil do gamer no Brasil, desde preferências, comportamentos e identidades.
Na 11ª edição, a PGB entrevistou 13.360 pessoas em todos os estados brasileiros, incluindo o Distrito Federal. Dentre os participantes, 85,4% consideraram os jogos eletrônicos como uma das principais formas de diversão. Em comparação, o percentual era de 57,1%, em 2020.
Imagem: Go Gamers/Divulgação
A pesquisa ainda descobriu que 73,9% dos brasileiros têm hábito de jogar algum tipo de jogo digital. Esse número é maior do que o registrado no ano passado (70,1%) em 3,8 pontos percentuais.
O interesse dos brasileiros por jogos, aliás, é consistente. Desde 2018, a porcentagem de pessoas que jogam sempre ficou acima dos 66% — ou seja, os gamers são maioria no país, sejam casuais ou hardcore.
Pessoas negras e mulheres são maioria entre gamers no Brasil
A edição mais recente da PGB também mostrou que pessoas negras são maioria entre os jogadores — 52,3% na soma de pardos e pretos. Os jogadores que se identificam como brancos aparecem logo em seguir, com 44,6%.
Outro fato interessante é que mulheres voltaram a ser maioria entre gamers no Brasil, com 50,9%. No ano passado, os homens ocuparam a posição, com 53,8%. Porém, os jogos para celulares contribuíram para o aumento do público feminino.
Em idade, a maior parte dos gamers está na faixa de 20 a 39 anos. Segundo a PGB, as concentrações variam de acordo com as plataformas, sendo o computador com maior presença de jovens, e consoles e smartphones tendo perfil mais adulto.
Devido à popularidade dos jogos para celulares, o estudo registrou mais jogadores nas classes sociais mais baixas: 64,8%. Vale mencionar que os smartphones seguem como a plataforma favorita, com 48,8% de preferência. Os computadores e consoles aparecem na sequência, com 22,6% e 21,7%, respectivamente.
Imagem: Go Gamers/Divulgação
Carlos Silva, sócio da Go Gamers — empresa responsável pela PGB —, analisou o perfil dos gamers conforme as plataformas preferidas de cada um deles e chegou à conclusão de que:
“Os jogadores de consoles tendem a buscar uma experiência mais social, valorizando a interação com comunidades online, além de terem um apego à nostalgia. Por outro lado, os jogadores de computador buscam uma experiência mais imersiva, têm preferência por grandes franquias, gostam de explorar uma variedade de jogos e se assumem como gamers. Por fim, os jogadores de dispositivos móveis valorizam a conveniência, a acessibilidade e preferem jogos mais casuais. Eles tendem a se engajar menos com a comunidade de jogadores”.
Gamers jogam desde a infância e já usam IA no dia a dia
A PGB também encontrou fatos interessantes sobre o comportamento dos jogadores. 70,2% dos entrevistados afirmaram jogar desde a infância. Além disso, dos pais entrevistados, 82,8% afirmam que seus filhos menores de 15 anos costumam ter acesso a jogos digitais.
Por fim, sobre o uso de inteligência artificial, a PGB analisou que a tecnologia faz parte do cotidiano dos jogadores. Segundo a pesquisa, 85,5% dos entrevistados conhecem IA, e 68,6% concordam que já utilizam no dia a dia.
Nos próximos dias, a PGB vai expandir os estudos e divulgar dados mais detalhados sobre o comportamento dos jogadores brasileiros, como o uso de modelos de IA. O documento completo está disponível em versões gratuitas e pagas no site oficial da Pesquisa Game Brasil.
