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IA feita de gelatina aprendeu a jogar videogame; assista

Conectado à eletrodos, o material gelatinoso, além de aprender a jogar “Pong”, pode melhorar seu desempenho no jogo ao longo do tempo.

Material sintético em forma de gelatina usa IA para jogar videogame

Em mais uma impressionante demonstração das possibilidades da biotecnologia, cientistas usaram gelatina para criar uma inteligência artificial (IA) que consegue jogar videogame. Saiba mais abaixo!

O videogame em questão é o clássico “Pong”, o primeiro sucesso comercial da indústria. Lançado em 1972, “Pong” é um jogo de tênis de mesa com gráficos e gameplay que fazem jus à época.

Na verdade, “Pong” é tão simples que, de acordo com um estudo publicado na última quinta-feira (22), até uma IA de gelatina consegue jogar.

Conectado à eletrodos, o material gelatinoso, além de aprender a jogar “Pong”, pode melhorar seu desempenho no jogo ao longo do tempo.

Os resultados do estudo demonstram que materiais sintéticos conseguem usar uma forma básica de ‘memória’ para aprimorar seus respectivos desempenhos.

“Conforme nossa pesquisa, até mesmo materiais simples podem exibir comportamentos complexos, tipicamente associados a sistemas vivos ou IA sofisticadas”, afirmou o co-autor do estudo, Yoshikatsu Hayashi.

Assista ao vídeo que mostra o desempenho da “gelatina IA” jogando videogame:

Inspiração e desenvolvimento da IA de gelatina que joga videogame

Hayashi, engenheiro biomédico da Universidade de Reading, no Reino Unido, se inspirou em uma invenção de 2022, o DishBrain, um chip com tecidos de neurônios, também capaz de jogar “Pong”.

Como o DishBrain contém somente materiais biológicos, Hayashi se questionou sobre a possibilidade de fazer o mesmo, mas usando materiais sintéticos.

Para testar a possibilidade, Hayashi e seus colegas transformaram hidrogéis – materiais com consistência similar à gelatina – com partículas carregadas de íon para criar a IA que joga videogame.

De acordo com o estudo, o estímulo elétrico nesse tipo de hidrogel faz os íons se moverem pelo material. Os íons levam junto moléculas de água, fazendo o hidrogel mudar de forma.

Desse modo, a mudança na distribuição de íons influencia o próximo conjunto de combinação de partículas, que, segundo Hayashi, “é como uma memória física”.

O próximo passo dos cientistas era testar se essa ‘memória’ conseguiria fazer o hidrogel jogar “Pong”. Para isso, a equipe usou eletrodos para conectar o material ao jogo em um computador.

Dividindo o jogo em uma grade de seis quadrados, correspondendo aos seis pares de eletrodos, a IA de gelatina conseguiu formar uma ‘memória básica’ e, consequentemente, jogar videogame. Veja o processo:

No entanto, ao contrário do DishBrain, obviamente pela natureza do material, o hidrogel não conseguiu alcançar uma taxa de 100% de acerto no jogo porque só opera conforme as informações que recebe. Mesmo assim, Hayashi diz que a IA de gelatina que joga videogame é uma revolução.

A descoberta do estudo abre o caminho para novas formas de desenvolvimentos de materiais “smart, que podem aprender e se adaptar ao mundo ao redor”.

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