Ciência

Estudo descobre mecanismo responsável pela inflamação da Covid-19

Compreender a abertura e fechamento do canal de íons do vírus permite desenvolvimento de medicamentos para bloquear a inflamação da Covid-19
Imagem: Wikimedia Commons/ Reprodução

Na estrutura genética do vírus SARS-CoV-2, que causa a Covid-19, há um canal de íons chamado E. Ele abre e fecha, transportando prótons e íons de cálcio, o que induz a inflamação das células infectadas. Como resultado, esse mecanismo contribui para os sintomas da doença.

Em 2020, pesquisadores já haviam identificado como é o estado “fechado” deste canal. Agora, um novo estudo do Departamento de Química do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, nos EUA, publicado na revista Science Advances, trouxe novas informações sobre o estado “aberto” da estrutura. 

Dessa forma, é possível entender o mecanismo de abertura e fechamento por completo. Por sua vez, a descoberta permite que cientistas encontrem maneiras de bloquear o canal para ajudar a prevenir a inflamação da Covid-19.

O avanço da ciência

Em geral, quando os vírus da Covid-19 sofrem mutação de forma que não produzem o canal E, eles geram muito menos inflamação. Isso porque causam menos danos às células hospedeiras – um achado de pesquisas anteriores. 

“O canal E é um alvo de medicamentos antivirais. Se você pode impedir que o canal envie íons de cálcio para o citoplasma, então temos uma maneira de reduzir os efeitos citotóxicos do vírus”, diz Mei Hong, uma das autoras do estudo.

Dessa forma, ela começou uma nova pesquisa. O objetivo é desenvolver moléculas que podem se ligar ao canal E e impedir que íons o atravesse. 

Para isso, a pesquisadora planeja investigar como as mutações que apareceram após o vírus original do SARS-CoV-2 podem afetar a estrutura e função do canal de íons E. Por exemplo, na variante Ômicron, um dos aminoácidos encontrados na sua abertura é diferente do comum.

“A variante E no Ômicron é algo que queremos estudar a seguir”, diz Hong. “Podemos criar uma mutação e ver como a interrupção desse conjunto polar muda o aspecto estrutural e dinâmico dessa proteína.”

Com esse novo estudo, a esperança dos cientistas envolvidos é de gerar medicamentos antivirais que reduzam a inflamação produzida pela Covid-19.

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Bárbara Giovani

Bárbara Giovani

Jornalista de ciência que também ama música e cinema. Já publicou na Agência Bori e participa do podcast Prato de Ciência.

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