IA pode prever câncer no estômago e esôfago com 3 anos de antecedência
O crescente número de casos de câncer no mundo impõe a necessidade de encontrar maneiras de controlar e combater a doença em suas diversas formas. A detecção precoce é um dos principais elementos desse processo.
Por isso, em um cenário de aumento de casos de um tipo específico de câncer de esôfago e de estômago nos últimos 50 anos, pesquisadores buscaram maneiras de facilitar essa detecção precoce. E encontraram.
Com uso da IA (Inteligência Artificial), um estudo conseguiu prever com precisão esses tipos de câncer pelo menos três anos antes de um diagnóstico. A pesquisa foi publicada recentemente na revista científica Gastroentereroly.
K-ECAN, a inteligência artificial que prevê câncer
De acordo com os autores do estudo, exames de rotina já costumam identificar sinais que podem ser alterações pré-cancerígenas do EAC (adenocarcinoma de esôfago) e o GCA (adenocarcinoma de cárdia gástrica). O esôfago de Barrett, comum em pessoas com refluxo, é um deles.
Dessa forma, dados demográficos, peso, diagnósticos anteriores e resultados de exames de rotina são essenciais para que os médicos identifiquem o risco do paciente desenvolver o câncer de esôfago ou de estômago.
No entanto, na prática, esse processo pode ser falho. Segundo Joel Rubenstein, líder do estudo, muitos profissionais de saúde ainda não estão familiarizados com as recomendações. “Muitas pessoas que desenvolvem esses tipos de câncer nunca foram submetidas à triagem”, disse o professor de medicina interna na Michigan Medicine ao EurekaAlert.
Para preencher esta lacuna, os pesquisadores treinaram uma IA que usa informações básicas já disponíveis no registro eletrônico de saúde do paciente. Isso ajuda a determinar o risco individual de um paciente desenvolver a doença. A ferramenta automatizada ganhou o nome de K-ECAN.
Prever para prevenir
Além de aproveitar a grande quantidade de dados já presentes no registro eletrônico de saúde, o K-ECAN também alerta os profissionais de saúde sobre quais pacientes têm risco aumentado de desenvolver adenocarcinoma de esôfago e adenocarcinoma de cárdia gástrica.
Isso facilita a detecção precoce, o que, por sua vez, permite que médico e paciente tracem um plano de medidas que ajudam a prevenir o câncer.
De acordo com Rubenstein, isso pode reduzir significativamente o número de casos desses cânceres. “Estamos muito animados com a possibilidade da inteligência artificial levar a um aumento na triagem e a uma diminuição nas mortes evitáveis”, conclui o pesquisador.