Ciência

Iceberg com 2x o tamanho de São Paulo está à deriva no mar

Após três décadas encalhado no fundo do oceano, o iceberg começou a se movimentar em 2020 e está acelerando, podendo afetar vida na Antártida
Península Antártica. Imagem: Peter Prokosch/Flickr/Reprodução

Imagens de satélite revelaram que o icebergue A23a, um dos maiores e mais antigos do mundo, está transitando rapidamente pela ponta norte da Península Antártida. Com quase um bilhão de toneladas e 4.000 quilômetros quadrados, ele é mais do que duas vezes maior do que a cidade de São Paulo.

De acordo com o glaciologista Oliver Marsh, do British Antarctic Survey, ao The Guardian, o movimento é raro devido ao tamanho do iceberg, e está sob monitoramento de cientistas.

Segundo Marsh, é possível que ele tenha diminuído “ligeiramente” com o tempo, adquirindo flutuabilidade suficiente para se movimentar com as correntes oceânicas. Após se separar da plataforma de gelo Filchner, na Antártida, em 1986, ventos fortes podem tê-lo ajudado se desprender do fundo do oceano, onde permaneceu no Mar de Weddell por mais de 30 anos.

Em entrevista à BBC, o especialista em sensoriamento remoto Andrew Fleming disse que o iceberg esteve à deriva no ano passado. Ele avistou seu movimento pela primeira vez em 2020 e nega que a movimentação tenha relação com mudanças nas temperaturas da água. “O consenso é que a hora [de se movimentar] chegou”.

Para onde vai o iceberg gigante?

O British Antarctic Survey afirma que o iceberg está se movendo ao longo das correntes oceânicas para a região subantártica da Geórgia do Sul. E, caso, encalhe no local, pode causar problemas para a vida selvagem da Antártida. Isso porque poderia bloquear o acesso à ilha e às águas ao redor onde se reproduzem e se alimentam milhões de focas, pinguins e aves marinhas.

No entanto, ele também pode terminar como o icebergue gigante A68, que se partiu em pedaços menores em 2020, após suspeitas de colisão com a mesma área. Contudo, Marsh alerta que “um icebergue desta escala tem potencial para sobreviver durante muito tempo no Oceano Antártico, apesar de ser muito mais quente”. E, além disso, e poderia avançar mais para norte, em direção à África do Sul, perturbando o transporte marítimo.

Ano passado, um bloco de gelo do tamanho do Rio de Janeiro também se desprendeu na Antártida. Leia mais no Giz Brasil.

Isabela Oliveira

Isabela Oliveira

Jornalista formada pela Unesp. Com passagem pelo site de turismo Mundo Viajar, já escreveu sobre cultura, celebridades, meio ambiente e de tudo um pouco. É entusiasta de moda, música e temas relacionados à mulher.

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