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Iceberg na Antártica liberou 152 bilhões de toneladas de água doce no oceano

Pesquisadores ingleses pretendem estudar como a água doce e os nutrientes liberados pelo A68a podem impactar o ecossistema marinho

Iceberg Antártica

Imagem: Cpl Phil Dye RAF/Wikimedia Commons/Reprodução

O mega iceberg A68a se desprendeu da plataforma de gelo Larsen-C, na Antártica, em julho de 2017. O bloco de gelo, com seus 5.719 quilômetros quadrados, foi o sexto maior já registrado por pesquisadores. 

Com tamanha proporção, já eram esperados impactos significativos por parte dele. Durante sua viagem, ele ameaçou colidir com a Ilha da Geórgia do Sul, mas felizmente sua rota mudou e a vida selvagem da região foi poupada.

Mas essa não era a única preocupação. Quando os icebergs se soltam, é comum que eles afetem padrões oceânicos, bloqueiem rotas utilizadas por seres vivos e até mesmo deixem marcas no subsolo devido a profundidade de suas quilhas. 

Diante destes possíveis cenários, cientistas da Universidade de Leeds, na Inglaterra, resolveram quantificar os impactos do A68a durante seus três anos e meio de caminhada. A pesquisa também contou com apoio do Center for Polar Observation and Modeling (CPOM) e do British Antarctic Survey (BAS).

Os pesquisadores utilizaram medições de satélites para mapear a área e a espessura do A68a. De acordo com o artigo publicado na revista Remote Sensing of Environment, o iceberg liberou 152 bilhões de toneladas de água doce ao redor da ilha da Geórgia do Sul – o equivalente a 61 milhões piscinas olímpicas.

O A68a não bloqueou rotas e nem mesmo deixou marcas no fundo do mar. Na verdade, o iceberg se partiu em pedaços menores antes que um estrago maior pudesse acontecer. De toda forma, os pesquisadores se preocupam sobre como a liberação de água doce e nutrientes provenientes do iceberg podem interferir no ecossistema. Estes são tópicos para uma próxima pesquisa.

O mega iceberg percorreu cerca de 4 mil quilômetros antes de derreter totalmente em abril de 2021. Sua trajetória envolveu a Passagem de Drake, situada entre a extremidade sul da América do Sul e a Antártica. Os cientistas pretendem continuar estudando-o para entender como outros icebergs que percorrem caminhos semelhantes podem impactar os oceanos.

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