ICQ: bisavô do WhatsApp vai finalmente se aposentar (ou não)
A VK, empresa russa que gerencia o icônico ICQ desde 2010, anunciou que a plataforma deixará de funcionar em breve. O serviço, que foi uma das aplicações que popularizaram os serviços de mensagem ainda no final da década de 90, encerrará suas operações oficialmente no dia 26 de junho.
No entanto, em um post enigmático no X/Twitter, o perfil oficial da plataforma compartilhou um gif com a icônica frase “I’ll be back”, ou “eu voltarei”, imortalizada por Arnold Schwarzenegger em “O Exterminador do Futuro”.
— ICQ New (@ICQ) May 24, 2024
Os mais novos provavelmente nunca ouviram falar do ICQ, que chegou a registrar 100 milhões de usuários em todo o mundo. O serviço fez um enorme sucesso antes de sofrer com concorrentes mais modernos, como o MSN, por exemplo, que foi uma das maiores tendências da internet no início da década de 2000.
Após entrar em declínio, em 2010, a Mirabilis, empresa israelense responsável por desenvolver e lançar a plataforma, foi adquirida pela VK, que vinha administrando o site desde então e até ensaiou um grande relançamento em 2020, mas a rede social acabou sendo, na verdade, completamente abandonada nos anos seguintes.
A última grande atualização que recebeu foi registrada em abril de 2023. Depois disso, uma série de polêmicas contribuíram ainda mais para o declínio do serviço, que até ensaiou uma retomada de popularidade na Rússia durante alguns momentos da década passada.
ICQ proibido no Brasil
No final do ano passado, o ICQ foi proibido em território brasileiro após ignorar diversos pedidos da Polícia Federal para remoção de conteúdo em uma operação de combate à pedofilia.
Uma reportagem investigativa do portal Núcleo Jornalismo realizada no segundo semestre do ano passado identificou 13 grupos que atuavam disseminando conteúdo pornográfico com crianças e adolescentes através no site.
Após seguidas solicitações ignoradas, a justiça brasileira decidiu suspender o acesso ao ICQ em todo o território nacional, decisão que foi prontamente acatada pelos provedores de internet que atuam no país e também por big techs como o Google, que removeu o app móvel da Play Store.