No último sábado (28), o Primeiro Ministro de Vanuatu, Bob Loughman, declarou estado de emergência climática na ilha. A autoridade usou dois ciclones tropicais devastadores e uma seca severa que atingiu o Pacífico na última década para mostrar como o aquecimento global está afetando a região.
Um dos ciclones ocorreu em 2015. Na época, o fenômeno climático acabou dizimando 64% do produto interno bruto (PIB) do país, causando perdas econômicas de quase US$ 450 milhões (cerca de R$ 2,12 bilhões). O outro foi o ciclone tropical Harold, que em abril de 2020 colocou abaixo resorts turísticos na nação próxima de Tonga e matou mais de 20 pessoas que viviam em ilhas do Pacífico.
Em 2021, Vanuatu, um pequeno conglomerado de ilhas na Oceania, já havia demonstrado interesse em conversar com uma autoridade judicial para avaliar a crise climática. A opinião legal, embora não seja vinculativa, deve moldar a lei internacional para as próximas gerações sobre os danos, perdas e implicações dos direitos humanos das mudanças climáticas.
A declaração de Bob Loughman foi parte de um “impulso da diplomacia climática” antes de uma votação da ONU sobre o pedido de seu governo para que a Corte Internacional de Justiça se organize para proteger nações vulneráveis do aquecimento global.
O Primeiro Ministro destacou que, para a meta do Acordo de Paris ser alcançada até 2030, é necessário desembolsar pelo menos US$ 1,2 bilhão (cerca de R$ 5,6 bilhões). O valor deve ser destinado a um projeto focado principalmente na adaptação às mudanças climáticas, mitigando seus impactos e cobrindo danos. Para que o financiamento seja alcançado, será necessário auxílio de países doadores.
Na última semana, Penny Wong, nova ministra das Relações Exteriores da Austrália, prometeu às nações do Pacífico uma redefinição das políticas climáticas após uma “década perdida” sob o regime conservador. A China também disse que irá fornecer tecnologias, equipamentos e treinamento para ajudar as nações insulares do Pacífico a enfrentar as mudanças climáticas.