Ciência

Impacto de asteroide em Marte gerou mais 2 bilhões de crateras secundárias

Segundo estudo, nem todas as crateras no solo de Marte são fruto do impacto direto de asteroides, muitas são reflexo da movimentação de ejecta
Imagem: Wikimedia Commons/ Reprodução

O solo de Marte é bastante acidentado, com uma enorme quantidade de crateras. Embora diversos aspectos influenciem essas formações, cientistas descobriram agora que não são apenas os impactos de asteroides e meteoritos os responsáveis pelo número de buracos no planeta vermelho.

De acordo com uma nova pesquisa divulgada na 55ª Conferência Anual de Ciência Lunar e Planetária, que aconteceu no Texas, um mesmo impacto pode gerar diversas crateras. No estudo, que analisou uma única marca fruto de uma grande colisão, os cientistas identifica mais de duas bilhões de outras crateras menores.

Entenda a pesquisa do solo de Marte

O estudo focou em uma cratera específica chamada Corinto, que tem cerca de 14 quilômetros de diâmetro e um quilômetro de profundidade. Ela está localizada na região de Elysium Planitia, aproximadamente 17° ao norte do equador de Marte, e é relativamente jovem, com cerca de 2,34 milhões de anos.

Ao analisar a cratera, os cientistas identificaram um extenso “sistema de raios” em suas marcas. Elas provavelmente surgiram a partir do movimento da ejecta lançada pelo impacto.

Em geral, a ejecta é o conjunto de partículas expelidas pelo objeto espacial, seja um asteroide ou um meteorito. Como o asteroide colidiu com o solo de Marte vindo do Norte do planeta, os raios criados pelo movimento da ejecta ficam ao Sul.

Então, os cientistas utilizaram dados coletados pelo HiRISE e pela Context Camera na Mars Reconnaissance Orbiter, missão da NASA. Dessa forma, eles analisaram características de crateras menores ao redor da cratera principal de Corinto. 

Assim, descobriram que algumas formações profundas no solo de Marte tiveram origem na movimentação da ejecta, em vez de pelo colisão do asteroide.

No total, eles encontraram cerca de 2 bilhões de crateras secundárias a Corinto, que aparecem a até 1.850 quilômetros de distância do impacto principal.

Próximos passos

Embora os achados tenham surpreendido os cientistas, eles ainda não encontraram respostas sobre o que isso significa sobre a compreensão mais ampla de processos que acontecem no solo de Marte.

Com isso, eles acreditam que novas pesquisas serão feitas sobre as crateras marcianas, tendo este estudo como ponto de partida.

Bárbara Giovani

Bárbara Giovani

Jornalista de ciência que também ama música e cinema. Já publicou na Agência Bori e participa do podcast Prato de Ciência.

fique por dentro
das novidades giz Inscreva-se agora para receber em primeira mão todas as notícias sobre tecnologia, ciência e cultura, reviews e comparativos exclusivos de produtos, além de descontos imperdíveis em ofertas exclusivas