Influenza pode ter se originado em peixes, sugere estudo
Muito se fala sobre a origem do coronavírus, responsável pela pandemia de Covid-19. MMas há outros vírus que afetam humanos que ainda tem seu início desconhecido. Pesquisadores da Universidade de Sydney, na Austrália tentaram encontrar os primeiros hospedeiros do vírus influenza.
A resposta estava no mar. Segundo estudo, que ainda não foi publicado em revista científica mas está disponível na plataforma bioRxiv, o influenza pode ter surgido em esturjões – nome usado para designar as espécies de peixes da família Acipenseridae.
Para dar início a pesquisa, os cientistas analisaram o RNA de duas amostras de corais. Ali, encontraram evidências de infecção por vírus pertencentes a um grupo chamado Articulavirales, do qual o influenza faz parte.
Mas o influenza não foi encontrado nesse primeiro momento. O achado, na verdade, acendeu um alerta na cabeça dos pesquisadores para que eles buscassem vírus que atingem os humanos em outros seres marinhos.
Após analisar bancos de dados genéticos, a equipe encontrou sequências de RNA relacionadas ao influenza em amostras de esturjão siberiano (Acipenser baerii). Isso ia de encontro a outro estudo publicado em 2018, que associava um parente distante do vírus ao peixe-bruxa (Myxini).
O vírus presente no esturjão, no entanto, parece ter se ramificado antes na árvore genealógica da gripe. De toda forma, os cientistas ainda não sabem dizer se o vírus migrou para a costa com os primeiros vertebrados terrestres ou se houve um salto mais recente do mar para a terra.
O método usado pelo vírus para pular de um hospedeiro para o outro é o que mais atrai os pesquisadores. Se os cientistas puderem recriar sua árvore genealógica e entender seu comportamento, poderão se preparar para futuras epidemias de doenças zoonóticas.