O Instagram quer evitar o uso exagerado do aplicativo — em especial por jovens. A partir de agora, ao utilizar a rede social por certo tempo à noite, os usuários menores de 18 anos podem receber um aviso noturno que sugere fechar o app e ir dormir.
A função de “pausa” no Instagram está disponível no menu de controle parental. Os pais que cadastraram as contas dos filhos adolescentes na Central da Família podem configurar o aviso. Na prática, ele pode dificultar o uso da rede social durante a noite.
Aviso noturno do Instagram (Imagem: Meta/Divulgação)
Disponível desde a última quinta-feira (18), o recurso exibe um aviso sempre que o adolescente passar mais de 10 minutos no Instagram em seções como Reels ou mensagens diretas, após 22h do horário local.
O lembrete avisa que está tarde e encoraja os jovens a fechar o aplicativo e ir dormir. Segundo o Instagram, o aviso não pode ser desativado pelos adolescentes, nem há opção de simplesmente ignorar a mensagem e continuar usando a rede social.
Em 2021, o Instagram começou a monitorar o uso do app por adolescentes. Mas, na época, a rede social implementou somente avisos de pausa, que podiam aparecer em intervalos de 10, 20 ou 30 minutos.
No entanto, os usuários podiam ignorar os lembretes, pois eram apenas sugestões. Os avisos noturnos, por outro lado, bloqueiam o uso da rede social até o dia seguinte.
Meta enfrenta processos relacionados a adolescentes
As novas ferramentas que limitam o uso do Instagram por adolescentes começaram a surgir após a Meta assumir que suas redes sociais, incluindo o Facebook, prejudicavam a saúde mental de adolescente.
Como noticiamos aqui no Giz Brasil, em 2021, uma ex-diretora da Meta revelou que a empresa omitiu um relatório no qual o Instagram era considerado prejudicial à saúde psicológica de adolescentes.
Apesar dos esforços para proteger adolescentes, a Meta sofreu outra acusação parecida em novembro de 2023. Nesse caso mais recente, a empresa está enfrentando uma ação judicial movida por uma coalização formada por 41 dos 50 estados americanos.
No processo, a empresa de Mark Zuckerberg é acusada de coletar dados de menores de 13 anos diariamente. Isto viola a legislação local de privacidade infantil dos EUA. Além disso, a empresa também ignora estudos e pesquisas internas que apontam os riscos do uso de redes sociais por jovens.
Pelo que parece, o cenário não mudou muito desde então. De acordo com o TechCrunch, a Meta divulga de forma intencional suas plataformas de mensagens para crianças, mesmo sabendo do enorme volume de conteúdo impróprio e sexual explícito compartilhado entre adultos e menores de idade por meio dos aplicativos.
Essa denúncia surgiu a partir da liberação de um documento que fazia parte de mais um processo, dessa vez movido pelo Departamento de justiça do Novo México, nos Estados Unidos. Em resposta, a Meta disse o seguinte:
“Queremos que os adolescentes tenham experiências on-line seguras e adequadas à idade, e temos mais de 30 ferramentas para apoiar eles e seus pais. Trabalhamos durante uma década nessas questões e a contratamos pessoas que dedicaram suas carreiras a manter os jovens seguros online. A denúncia descaracteriza nosso trabalho usando citações seletivas e documentos escolhidos a dedo”.
Declaração da Meta ao TechCrunch.
Atualmente, todas as redes sociais da Meta oferecem suporte às funções de controle parental.
Jornalista especializado em tecnologia, jogos, entretenimento e ciência. Já passou por grandes redações do Brasil (TechTudo, Tecnoblog, Terra e Olhar Digital) e trabalhou com relações públicas e assessoria de imprensa na Theogames, atendendo à Blizzard Entertainment e mais clientes do mercado de videogames. É apaixonado pela cultura geek, música e produção de conteúdo. Nas horas vagas, é aspirante a artista marcial e cozinheiro.
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