Instagram vai mostrar 30% mais posts de quem você não segue, diz Zuckerberg

Hoje, 15% do feed do Instagram é composto por posts impulsionados por inteligência artificial, segundo a Meta. Mas esse percentual deve dobrar num futuro próximo
Imagem: Gabrielle Henderson/Unsplash/Reprodução

O apelo de Kim Kardashian e Kylie Jenner contra as recentes mudanças no Instagram não pareceu surtir efeito no dono da rede, Mark Zuckerberg. O CEO da Meta anunciou na quarta-feira (27) que a plataforma vai dobrar o número de conteúdos recomendados por inteligência artificial até o final do ano. 

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Na prática, 30% — ou 3 a cada 10 — dos posts que aparecem no feed do Facebook e Instagram virão de pessoas que os usuários não seguem até dezembro. Boa (ou a maior) parte desse conteúdo é impulsionado — ou seja, não aparece para os usuários de forma orgânica, a partir de gostos pessoais e da experiência do usuário na rede. 

Hoje os feeds têm 15% dos conteúdos promovidos por inteligência artificial, segundo informações da própria big tech. 

O anúncio de Zuckerberg veio durante a conferência de resultados financeiros do 2º trimestre da Meta. Segundo ele, pouco a pouco, “pessoas e contas” deixarão de conduzir essencialmente os feeds da rede social. No lugar, crescerá o alcance dos posts entregues por inteligência artificial – mesmo que você não siga os usuários que criaram o conteúdo. 

“O conteúdo de pessoas que você conhece continuará sendo uma parte importante da experiência e alguns de nossos conteúdos mais diferenciados”, disse. “Mas, cada vez mais, poderemos complementar isso com outros conteúdos interessantes de nossas redes”. 

Na terça-feira (26), o chefe do Instagram, Adam Mosseri, afirmou no Twitter que a rede “continuará oferecendo suporte às fotos”. A afirmação vem na esteira de uma série de reclamações de usuários nas redes sociais sobre como a plataforma está forçando o consumo de vídeos em formato Reels — uma clara tentativa de competição com o TikTok. 

O que esperar do Instagram?

Segundo Zuckerberg, o conteúdo recomendado não abrangerá apenas vídeos, mas textos, imagens, links e muito mais, afirmou. Essa afirmação não agradou em nada os usuários da rede, que já emplacam campanhas como “Make Instagram Instagram Again” — ou “Faça o Instagram retornar às origens”, em alusão ao começo da rede, quando todos éramos felizes com nossos feeds de fotos e entrega orgânica de posts. 

https://www.instagram.com/p/Cgjg5Alul87/

A mudança de rumo de Zuckerberg pode ter explicação. Em seu relatório financeiro do 2º trimestre de 2022, a Meta relatou seu primeiro declínio de receita em 10 anos com IPO (Oferta Pública Inicial). A big tech perdeu 1% em receita e 36% em lucro na comparação ano a ano.

Além disso, a empresa, que quer ser pioneira no metaverso, enfrenta a mesma demanda reduzida em publicidade digital que afeta concorrentes como Google e Twitter. Em seu relatório financeiro, a Meta estimou uma tímida demanda por publicidade no próximo trimestre.

Apesar da turbulência, as redes de Zuckerberg mantêm seus 1,97 bilhão de usuários ativos. Até quando, não se sabe. 

Julia Possa

Julia Possa

Jornalista e mestre em Linguística. Antes trabalhei no Poder360, A Referência e em jornais e emissoras de TV no interior do RS. Curiosa, gosto de falar sobre o lado político das coisas - em especial da tecnologia e cultura. Me acompanhe no Twitter: @juliamzps

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