Integrantes do BTS vão servir o exército coreano e grupo só volta em 2025
O BTS, um dos maiores grupos de K-Pop do mundo, vai pausar a carreira até 2025. O motivo: seus sete integrantes vão prestar o serviço militar obrigatório. A informação, que já era esperada entre os fãs por causa das leis da Coreia do Sul, foi confirmada pela gravadora Bight Music nesta segunda-feira (17).
No anúncio, o grupo diz que o membro Jin ingressa no Exército no final de outubro. “Ele seguirá o procedimento de alistamento do governo coreano. Outros membros do grupo planejam realizar seu serviço militar com base em seus próprios planos individuais”, diz o comunicado.
Apesar de ser o grupo mais popular da Coreia e trazer muitos investimentos e visibilidade para o país, o BTS não poderia ficar de fora da obrigatoriedade do serviço militar. As leis sul-coreanas definem que todos os homens com até 30 anos sirvam ao Exército por 18 até 21 meses.
O sistema atual permite algumas exceções para atletas e músicos clássicos – mas não para artistas pop. Alguns legisladores, porém, começaram a discutir no começo do ano se os ídolos do K-Pop poderiam fugir à regra. Agora, a decisão do grupo poupa este trabalho.
Segundo a gravadora, o lançamento do álbum Proof, em junho, possibilitou que os cantores pudessem explorar seus projetos individuais.
“Como parte da família HYBE, apoiamos e encorajamos nossos artistas e estamos orgulhosos de que agora cada um deles tenha tempo para explorar seus interesses e cumprir seu dever, servindo ao país que chamamos de lar”, diz o anúncio.
Em junho, os membros do grupo disseram, em coreano, que fariam um “hiato” em breve. Poucas horas depois, porém, a gravadora divulgou um comunicado de que houve um erro de tradução: a banda não iria acabar, mas os integrantes teriam tempo para buscar projetos solo.
BTS e soft power sul-coreano
Os sete integrantes iniciaram o BTS em 2013 e alcançaram notoriedade global em 2016. Mais que um grupo musical, o septeto se transformou em um símbolo do soft power do governo sul-coreano.
O conceito criado pelo cientista político norte-americano Joseph Nye significa, na tradução literal, “poder brando”. Na prática, trata-se de um poder que não vem necessariamente do poder econômico ou bélico, mas de aspectos culturais e ideológicos para exercer influência.
No caso da Coreia do Sul, o soft power usa atrativos da cultura pop como o BTS e outros grupos (Blackpink, EXO, Twice, etc), filmes (como o longa “Parasita”, vencedor do Oscar em 2020), doramas (as novelas coreanas) e atrações turísticas, por exemplo. Esses produtos ajudam a criar e solidificar mudanças na forma em como a comunidade internacional se relaciona e enxerga o país a longo prazo.
O governo sul-coreano não só apoia este movimento, como investe nele. Só em 2020, Seul investiu 1,69 trilhão de wons (mais de R$ 7,6 bilhões na conversão direta) para fomentar o cenário cultural.
Além disso, em julho de 2021 o presidente Moon Jae-in nomeou o BTS como “enviado especial” para representar o país em eventos oficiais internacionais. Um exemplo são as cúpulas da ONU (Organização das Nações Unidas) e outros compromissos da diplomacia.
Em junho, o grupo se reuniu com o presidente dos EUA, Joe Biden, para repercutir uma ação contra o preconceito contra asiáticos.
Thanks for having us at the White House! It was a huge honor to discuss important issues with @POTUS today. We're very grateful for #BTSARMY who made it all possible.🫰💜
#BTS #방탄소년단 #BTSatTheWhiteHouse pic.twitter.com/PZd8Ox2Kea— BTS_official (@bts_bighit) June 1, 2022
Antes mesmo do anúncio da pausa para o serviço militar, o grupo fez um show gratuito no sábado (15), em Busan, para apoiar a candidatura da cidade sul-coreana como sede da Expo Mundial de 2030. O espetáculo foi visto por mais de 50 milhões de pessoas.