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Starlink, a internet espacial de Elon Musk, passa dos 100 Mbps em download

Quando Elon Musk e a SpaceX propuseram criar um provedor de internet composto por satélites na órbita baixa da Terra, parecia um projeto saído de filme de ficção científica. E embora a SpaceX tenha lançado menos de 800 satélites de sua meta final de 12 mil, a empresa acaba de anunciar que seu serviço de […]

Implementação de 60 novos satélites Starlink no dia 3 de setembro. Crédito: Captura de tela

Implementação de 60 novos satélites Starlink no dia 3 de setembro. Crédito: Captura de tela

Quando Elon Musk e a SpaceX propuseram criar um provedor de internet composto por satélites na órbita baixa da Terra, parecia um projeto saído de filme de ficção científica. E embora a SpaceX tenha lançado menos de 800 satélites de sua meta final de 12 mil, a empresa acaba de anunciar que seu serviço de internet espacial, o Starlink, já é capaz de fornecer velocidades de download que passam dos 100 Mbps.

Embora 100 Mbps possa não ser tão impressionante — nos EUA, há serviços que podem chegar perto de 1 Gbps; no Brasil, temos velocidades de fibra óptica na casa dos 150 Mbps —, isto próximo da velocidade média de banda larga fixa dos Estados Unidos, que é de 118,6 Mbps. A velocidade de internet fornecida pelo Starlink é também bem maior que a média de internet móvel dos EUA, que fica nos 29 Mbps.

Agora, o que é interessante mesmo é que a velocidade do serviço da SpaceX é maior que a fornecida pela Hughesnet, um provedor de internet rural que atua no Brasil e nos EUA e que oferece velocidades na casa dos 25 Mbps, embora alguns usuários sortudos consigam um pouco mais do que isso.

Alcançar o marco de 100 Mbps é importante porque é uma velocidade suficiente para a maioria das pessoas. A SpaceX diz que a internet fornecida pelo Starlink é “rápida o suficiente para transmitir vários filmes em HD de uma vez e ainda ter largura de banda de sobra”. Além disso, esse número de 100 Mbps representaria um salto significativo em uma lista de testes de velocidade coletados e publicados no Reddit, que geralmente mostrava velocidades de download variando de 30 Mbps a 65 Mbps.

No entanto, embora velocidades de download de mais de 100 Mbps possam fazer algumas pessoas pensarem em mudar de provedor de internet para o Starlink assim que estiver disponível (ainda não há data para lançamento comercial), é importante lembrar que esta conexão não foi projetada para ser um competidor de provedores de internet convencionais, mas um provedor alternativo ou para ser usado por pessoas que vivem em ambientes rurais.

Como Musk explicou na apresentação da companhia no início deste ano, “o desafio para qualquer coisa baseada no espaço é que o tamanho da células é gigantesco, não é bom para situações de alta intensidade. [O Starlink] terá um pequeno número de clientes em Los Angeles Mas não podemos ter muitos clientes em Los Angeles, porque a largura de banda por célula simplesmente não é alta o suficiente.”

No início do ano, a FCC (órgão de telecomunicações dos EUA) tornou possível até mesmo que provedores de internet baseados em satélite, como o Starlink, possa competir pelos US$ 20 bilhões destinados a subsidiar a internet rural. Portanto, há um potencial para um fluxo rápido de dinheiro se a SpaceX puder colocar o sistema nas mãos do consumidor.

Musk afirma que uma das maiores vantagens do Starlink sobre a internet tradicional via satélite é a latência muito melhor. Ele diz que o serviço Starlink será rápido o suficiente para jogar games online. Segundo alguns testes de velocidade postados no Reddit, as latências ficavam entre 20 ms e 30 ms, que certamente parecem ok.

Então, pelo menos por ora, as velocidades de download do Starlink parecem bastante promissoras, embora possa demorar anos até que a SpaceX consiga atingir sua meta de 12 mil satélites. E, enquanto isso, a empresa terá que trabalhar em alguns dos outros obstáculos enfrentados pela iniciativa, como as reclamações de astrônomos que afirmam que os satélites atrapalham observações científicas, que a SpaceX começou a tentar resolver com uma cobertura escura nos satélites.

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