Como já esperávamos, a Microsoft apresentou a remodelação completa no buscador Bing com base na mesma tecnologia do ChatGPT. O anúncio veio nesta terça-feira (7), durante evento surpresa na sua sede em Redmond, nos EUA.
Além do Bing, a big tech também lançou uma versão atualizada do navegador Edge. Juntos, os dois prometem uma nova experiência online, disse a CEO da Microsoft, Satya Nadella. “É um novo dia na pesquisa”, afirmou, em registro do site The Verge.
O novo Bing oferece a função de chat, onde os usuários podem fazer perguntas e receber respostas prontas, em linguagem natural. O recurso usa uma versão atualizada modelo de linguagem Prometheus, que rege o ChatGPT, da OpenAI.
A fusão já está disponível em versão beta – ou seja, oferece um número limitado de consultas. Usuários que buscam total acesso podem se inscrever. Nas próximas semanas, a ferramenta também ficará disponível na versão mobile.
A nova interface será lançada globalmente, mas não tão cedo. Testamos o bing.com por aqui, mas aparentemente o recurso ainda não está ativo no Brasil. Quando estiver, a página de pesquisa mostrará sugestões de perguntas para experimentação dos usuários.
Inicialmente, o ChatGPT do Bing será capaz de traduzir para 100 idiomas – incluindo o português brasileiro.
Duelo de titãs
O anúncio veio horas depois do Google anunciar o início dos testes públicos do Bard, seu novo chatbot ultra responsivo abastecido pelo modelo de linguagem LaMDA. Em janeiro, fontes disseram que a Microsoft tinha interesse em aumentar a concorrência, visto a baixa popularidade do seu buscador. Faz sentido: até hoje, a palavra mais buscada no Bing é… “Google”.
Os boatos sobre a união da Microsoft com OpenAI para ampliar os recursos do Bing vieram à público no começo de janeiro. À época, uma fonte familiarizada com o assunto disse que a empresa já testava o ChatGPT na plataforma há meses.
A ideia seria que, ao usar o bot, o Bing fornecesse respostas mais “humanas” às buscas dos usuários, em vez de apenas links para informações. A fonte disse que a Microsoft busca por “respostas mais conversacionais e com contexto”.
Dias depois, a Microsoft investiu US$ 10 bilhões na organização. Informações diziam que o investimento cairia na conta da OpenAI por “vários anos”.
Nesta terça (7), Sarah Bird, uma das diretoras da plataforma Azure, disse que a Microsoft prepara a integração do Bing com IA (inteligência artificial) desde 2017. A companhia já usa versões anteriores de IA generativa em seus aplicativos, como Word e Power Point, há anos.
Mas agora é diferente: a IA terá parte essencial no mecanismo de busca. “A OpenAI e a Microsoft trabalham juntas há mais de três anos”, disse Sam Altman, CEO da OpenAI. “Esta nova experiência do Bing é alimentada por um de nossos modelos de última geração. Tira aprendizados importantes do ChatGPT, GPT3.5”, pontuou.
Segundo a Microsoft, o paradigma de busca online não mudou nos últimos 20 anos e quase metade de todas as pesquisas não respondem às dúvidas dos usuários. Agora, a IA pode mudar isso.