James Webb descobre que planeta gigante fede a ovo podre
Com a ajuda do telescópio James Webb, pesquisadores descobriram que o planeta gigante HD 189733 fede a ovo podre. Um novo estudo, publicado na última segunda-feira (8), revelou detalhes da composição atmosférica do exoplaneta – planeta fora do Sistema Solar –, conhecido como “Júpiter Quente” devido ao seu clima e tamanho.
Analisando os dados do James Webb, os pesquisadores descobriram que o planeta gigante tem uma abundância de sulfeto de hidrogênio, um gás famoso por seu odor que lembra o fedor de ovo podre. Embora a presença sulfeto de hidrogênio torne o planeta inabitável, a descoberta oferece insights sobre a formação e composição do HD 189733.
Essa descoberta marca o primeiro registro da presença do gás em um planeta fora do Sistema Solar.
O enxofre é um elemento importante no sulfeto de hidrogênio. Ele desempenha um papel crucial no desenvolvimento de moléculas complexas e serve como indicador da formação química do planeta.
Além disso, o estudo revela que os dados do James Webb mostraram a evidência de água, dióxido de carbono e monóxido de carbono na atmosfera do HD 189733 b, mas, ao mesmo tempo, sem a presença de metano.
Além de feder ovo podre, planeta gigante tem chuvas de vidro
Descoberto em 2005 por astrônomos franceses, o planeta gigante não é famoso somente pela sua atmosfera fedorenta, mas, também, por suas condições extremas. A pequena distância entre o planeta e sua estrela – mais próximo que Mercúrio em relação ao Sol – contribui para temperaturas extremas, ultrapassando 900 °C.
Os ventos cruéis do planeta gigante, que chegam a 8.600 km/h, contribuem para uma espécie de chuva de vidro derretido, uma forma mortal de tempestade.
O HD 189733 b fica a 64 anos-luz de distância da Terra e é o “Júpiter quente” mais próximo do planeta homônimo. Aliás, Júpiter também possui sulfeto de hidrogênio em sua atmosfera.
“Júpiteres quentes” são uma classe de exoplanetas gigantes gasosos com composição química similar à de Júpiter, mas com períodos orbitais bem menores. Por ser o “Júpiter quente” mais próximo, o HD 189733b é o mais estudado por astrônomos, que utilizam dados do James Webb e do Hubble para entender as propriedades térmicas do planeta gigante e de outros exoplanetas.
No entanto, os pesquisadores ressaltam que a intenção do estudo não é habitar o exoplaneta, mas ampliar o conhecimento sobre formação e evolução planetária.