Quase seis meses depois, a primeira imagem colorida do telescópio espacial James Webb continua trazendo surpresas: desta vez, pesquisadores da Universidade de Waseda, no Japão, descreveram as morfologias das primeiras galáxias espirais vermelhas.
As galáxias espirais vermelhas trazem informações significativas sobre a origem e evolução do universo. Mas, como são muito distantes, o que se sabia sobre elas era bastante limitado – até agora.
Os telescópios Hubble e Spitzer da NASA, já tinham detectado essas galáxias, mas nunca com resolução e sensibilidade tão apurados.
Agora, os pesquisadores se concentraram nas galáxias RS13 e RS14. Em comum, as duas são extremamente vermelhas e estão entre as espirais mais distantes que se tem notícia até hoje.
Com uma análise de distribuição de energia espectral, os pesquisadores mediram a distribuição de energia em uma ampla faixa de comprimento de onda para essas galáxias.
O resultado mostrou que essas galáxias pertencem ao universo primitivo. Trata-se do período conhecido como “meio dia cósmico”, entre 8 e 10 bilhões de anos atrás, pouco depois do Big Bang. É possível conferir as conclusões em artigo publicado na revista científica Astrophysical Journal Letters.
Veja o registro das galáxias espirais vermelhas:
Evento raro
Estima-se que as galáxias espirais vermelhas representam somente 2% das galáxias do universo. Agora, a descoberta desses amontoados de estrelas sugere que tais galáxias existiam em grande número desde o início do universo.
Isso porque, segundo os pesquisadores, a galáxia RS14 é uma espiral “passiva” – ou seja, não forma estrelas. A constatação é o contrário da expectativa de que as galáxias do início do universo formavam estrelas ativamente.
“Nosso estudo mostrou pela primeira vez que as galáxias espirais passivas podem ser abundantes no início do universo”, disse o pesquisador Yoshinobu Fudamoto, autor do estudo.
“Embora seja um estudo piloto sobre galáxias espirais no início do universo, confirmar e expandi-lo influencia nossa compreensão da formação e evolução das morfologias galácticas”, pontuou.