O Japão confirmou que conseguiu pousar de forma controlada uma sonda na Lua, na última sexta-feira (19). Entretanto, nesta segunda-feira (22), a JAXA (Agência Japonesa de Exploração Aeroespacial) relatou que cerca de três horas após o pouso histórico foi preciso cortar a energia do módulo SLIM, para poupar bateria.
Isso aconteceu porque a sonda registrou um problema com os seus painéis solares no momento do pouso, o que impediu a sonda de recarregar as suas baterias. O motivo exato do problema ainda não está claro, já que a agência não detalhou a origem da falha.
A principal desconfiança é a posição do módulo. O SLIM pode ter pousado com suas células solares viradas para o lado errado (longe do Sol), impossibilitando a geração de energia neste momento. Porém, caso seja apenas este o problema, é possível que o Sol ilumine o SLIM nos próximos dias, dando sobrevida para a missão.
Diferentemente de outras missões, a JAXA desenvolveu um sistema de pouso diferente, em que a sonda faz uma manobra a poucos metros do solo, antes de tombar de lado. É possível que os painéis solares possam ter sido danificados durante este procedimento. Veja no vídeo abaixo a simulação da alunissagem:
Vale lembrar que a sonda foi projetada para funcionar por apenas um dia lunar — ou seja, pelas próximas duas semanas. Posteriormente, quando a noite lunar chegar, é possível que os componentes congelem devido ao frio extremo. Por isso, com a falha nos painéis, a missão já está perdendo tempo precioso de pesquisa científica.
Trajetória da SLIM
O Japão lançou a sonda SLIM em setembro de 2023 junto com um telescópio espacial de raios X chamado XRISM.
A pequena sonda, de cerca de 2,7 metros de comprimento e 200 kg, também está sendo chamada de “Moon Sniper”. Isso porque a agência projetou a missão para fazer um pouso extremamente preciso, não mais de 100 metros de um alvo específico na superfície lunar.
O SLIM alcançou a órbita lunar no dia de Natal, antes de fazer seu pouso histórico na última semana.
Além do pouso controlado e preciso, a missão tinha como objetivo estudar a cratera Shioli, que possui o mineral olivina exposto em suas encostas e que pode trazer pistas sobre a evolução da Lua.
Japão acumula fracassos na Lua
As duas primeiras tentativas do Japão de pousar na Lua não foram bem sucedidas. Em 2022, uma sonda da JAXA, a Omotenashi, a bordo da missão norte-americana Artemis 1, sofreu falha da bateria pouco depois de ser lançada ao espaço.
Além disso, em abril de 2023, um módulo da jovem empresa privada japonesa Ispace caiu na superfície da Lua, depois de ter falhado durante o procedimento de descida.
Assim, mesmo com os problemas no fornecimento de energia, o Japão conseguiu ser o quinto país a realizar com sucesso um pouso de sonda na Lua. Além do Japão, até agora já pousaram Estados Unidos, Rússia, China e Índia – esta última com um pouso inédito no Polo Sul.
Reveja a transmissão do pouso da sonda SLIM na Lua:
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