O bilionário Jeff Bezos está planejando desafiar a morte. Para isso, o ex-CEO da Amazon — que atualmente concentra suas forças no turismo espacial, com a Blue Origin — colocou uma grana pesada na start-up AltoLabs.
A empresa do Vale do Silício, que começou a operar oficialmente em janeiro deste ano, é focada em desenvolver pesquisas contra o envelhecimento — e visa, um dia, encontrar o segredo para a imortalidade.
A chave para isso, na concepção a AltoLabs, está na técnica de reprogramação biológica. Basicamente, o que esse método busca é tentar rejuvenescer as células depois de elas já terem amadurecido. Como? Adicionando certas proteínas para fazê-las voltarem a um estado de células-tronco.
Na teoria, células humanas “recauchutadas” a partir dessa técnica poderiam reparar certa parte do corpo que está envelhecendo. Ou até mesmo curar doenças relacionadas à idade, como a demência senil.
A equipe por trás dessa tentativa conta com cientistas de respeito. O nome principal é o do Dr. Shinya Yamanaka, médico japonês que venceu o prêmio Nobel de 2012 por suas pesquisas em células-tronco.
Outra mente brilhante é Jennifer Douda, uma das premiadas do Nobel de Química de 2020 por ter papel central no desenvolvimento do CRISPR, ferramenta de edição genética mais promissora do momento.
Agora, a empresa recrutou também Hal Barron, ex-líder científico da farmacêutica GlaxoSmithKline, para a função de CEO.
De acordo com esta reportagem MIT Tech Review, a AltoLabs está contratando cientistas com salários parrudos — que podem chegar a até US$ 1 milhão por ano.
A start-up anunciou que, na sua fundação, recebeu um financiamento de US$ 3 bilhões. Além de Jeff Bezos, outro investidor de peso é o bilionário russo-israelita Yuri Milner, que é fundador da fundador da Digital Sky Technologies.
Não é a primeira iniciativa de Bezos financiando pesquisas ligadas ao envelhecimento. Ainda em 2018, o bilionário americano já havia colocado seus recursos na Unity Technologies, outra empresa do Vale do Silício voltada ao estudo de tecnologias anti-idade.
Falta, ainda que ideias do tipo vinguem, apresentando resultados sólidos que permitam aos cientistas de fato reverter os sinais que o envelhecimento deixa em nossos corpos. Mas a moral da história é uma só: se não for possível encontrarmos um “elixir da juventudade”, que consiga estender nossa vida, não vai ser por falta de dinheiro.