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“Jeffrey Dahmer”: longevidade de Evan Peters no papel preocupou colegas

Em entrevista, o ator comentou sobre o processo de preparação para copiar traços como o estilo de voz e a postura do serial killer, que durou meses à fio. Veja mais

Jeffrey Dahmer

Imagem: Divulgação/Netflix

Após o sucesso estrondoso de “Dahmer: Um Canibal Americano” na Netflix, curiosidades sobre os bastidores da produção começaram a pipocar. Agora, o ator Evan Peters revelou que passou quase um ano pesquisando sobre a vida de Jeffrey Dahmer. E que todo esse empenho e preparação gerou preocupação por parte dos colegas de elenco.

A revelação foi feita pelo próprio ator, em um evento da Netflix sobre a série, divulgou a Variety. Durante os quatro meses de preparação e seis meses de filmagem, o criador Ryan Murphy notou que Peters usava pesos de chumbo em seus braços e calços nos sapatos para diminuir a imponência física de Dahmer. E assim o ator permaneceu, por meses à fio.

“Ele tem as costas muito retas. Ele não mexe os braços quando anda. Então, eu coloquei pesos nos braços para ver como é. Eu usava os sapatos do personagem com saltos, jeans, óculos. Tinha um cigarro na mão o tempo todo”, explicou Peters. “Assisti a muitas filmagens e também trabalhei com um treinador vocal para baixar o tom da minha voz. A maneira como ele falava era muito diferente, ele tinha um dialeto.”

O astro também revelou que criou um áudio de 45 minutos que “ouvia isso todos os dias”. “Tentava entrar na mentalidade dele a cada dia que estávamos filmando”, disse. “Tentei encontrar momentos em que ele não parecia autoconsciente, para que você pudesse ter um vislumbre de como ele se comportava antes das entrevistas e da prisão.”

Niecy Nash, atriz que na trama viveu Glenda Cleveland, a vizinha do serial killer, acrescentou que se aproximou empolgada de Evan no início das filmagens para cumprimentá-lo, quando percebeu que ele estava “em seu processo”.

“Eu rezei muito por você, de verdade, porque isso é pesado” disse, diretamente para Peters, durante a entrevista coletiva. “Quando você permanece nele, e está preso ao material, sua alma fica perturbada. E eu podia vê-lo ficando cansado. Eu apenas disse: ‘Bem, vou me certificar de mantê-lo em minhas orações’”.

Sucesso e polêmica

Dividida em dez episódios, a produção da Netflix “Dahmer: Um Canibal Americano” explora as mortes que cometia e a maneira como o personagem conseguiu escapar da prisão.

Com 299,84 milhões de horas de visualização, se tornou a segunda série de língua inglesa mais assistida em uma semana, atrás apenas de “Stranger Things 4”. Em menos de duas semanas, 56 milhões de residências já assistiram à série.

Desde do lançamento, a série da Netflix vem sendo alvo de críticas nas redes sociais por “endeusar” um serial killer da vida real. Além disso, alguns familiares das vítimas alegaram que a série “traz traumas antigos à tona” ao retratar a tragédia em envolvê-los no projeto. Após as declarações, Ryan Murphy, que criou e produziu a série, se pronunciou sobre o assunto.

“Ao longo de três anos e meio em que escrevemos e trabalhamos nisso, tentamos contatar cerca de 20 familiares e amigos das vítimas, para obter informações, conversar com as pessoas. Nenhuma nos respondeu”, explicou.

“Então, confiamos muito em nosso incrível grupo de pesquisadores que… nem sei como eles encontraram tantas coisas. Mas foi como um esforço de noite e dia tentando descobrir a verdade dessas pessoas”, completou o cineasta. Relembre o trailer da produção:

https://www.youtube.com/watch?v=getE-JuEOUE&t=87s

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