A Jolla, criadora de alternativa ao iOS e Android, sofreu mais um revés
Você provavelmente já ouviu falar da Jolla, empresa criada por ex-funcionários da Nokia: ela é conhecida por seu sistema operacional com interface por gestos e com suporte a apps de Android. Bem, na virada do ano, ela compartilhou uma surpresa bem desagradável.
A empresa arrecadou US$ 2,5 milhões em uma campanha de crowdfunding no Indiegogo para um tablet que deveria ter sido lançado em maio de 2015. Agora, ela diz que “nem todos que apoiaram a campanha vão receber um tablet”.
Sim, a empresa entregou o tablet em setembro para algumas pessoas, e prepara um segundo lote limitado para o início de 2016. Mas ela reconhece que não conseguirá cumprir os pedidos de todo mundo. O Jolla Tablet custava entre US$ 189 e US$ 269.
Para acalmar os ânimos, a empresa diz: “você pode ter certeza de que não vai acabar de mãos vazias. Podemos até ter algumas surpresas positivas esperando por você – mas mais sobre isso no futuro”. Resta ver se será possível pedir reembolso.
Este é mais um revés na história da Jolla. Em julho, ela decidiu se dividir em duas: a parte principal da empresa se concentraria em desenvolver o Sailfish OS; enquanto a parte de hardware ficaria em segundo plano.
Antti Saarnio, presidente da Jolla, disse na época que iria entregar os tablets, mas explicou: “fomos desacelerados por problemas de abastecimento em certos componentes de hardware”. O foco estava no Sailfish OS, que ganhou uma versão 2.0 para smartphones Jolla (lançados em 2013).
O cofundador Marc Dillon, um dos executivos mais visíveis da Jolla, deixou a empresa em setembro. Dois meses depois, a Jolla não conseguiu garantir uma rodada de financiamento e “demitiu temporariamente boa parte de seus funcionários”.
Em meados de dezembro, a empresa conseguiu dinheiro para se manter na ativa, e disse que usaria os recursos para “avançar o desenvolvimento do Sailfish OS”. Agora, a Jolla está dedicada em licenciar seu sistema operacional para outras fabricantes.
O Jolla Tablet possui tela IPS de 7,85 polegadas e 2048 x 1536 pixels, processador Intel Atom quad-core de 64 bits, 2 GB de RAM e 32 GB/64 GB de armazenamento interno, expansível via microSD. As câmeras têm 5 megapixels e 2 MP. São 8,3 mm de espessura e 384 g.
Seu maior diferencial é o Sailfish OS, com interface baseada em gestos. Para acessar a gaveta de apps, deslize a partir da borda inferior em qualquer lugar da interface. Para alternar entre apps, deslize a partir das bordas laterais: você volta à tela inicial, que serve como menu multitarefa e exibe apps na forma de widgets – eles têm comandos para avançar/pausar músicas, por exemplo.
Os sistemas alternativos ao iOS e Android tiveram uma jornada difícil. O Firefox OS deixou o mundo dos smartphones, assim como aconteceu com o webOS; o Tizen, da Samsung, tem uma presença extremamente limitada; e até mesmo o Windows 10 Mobile sofreu atrasos.
Torcemos que a Jolla consiga sobreviver, mas a confiança dos fãs pode ficar bem abalada daqui para a frente.
[Jolla Blog via Neowin e Liliputing]