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Josh Greenberg, co-criador do Grooveshark, é encontrado morto aos 28 anos

Josh Greenberg, criador do site de streaming de música Grooveshark, foi encontrado morto ontem.

Josh Greenberg, fundador do Grooveshark, foi encontrado morto na noite desse domingo (19), em Gainesville, na Flórida, EUA, segundo o Gainesville Sun. Até o momento, não existem evidências de assalto ou drogas no local. Ele tinha 28 anos.

A morte do jovem programador ocorre cerca de 3 meses depois do fechamento do site de streaming — ameaçado de ser processado por diversas gravadoras, o site corria o risco de pagar US$ 736 milhões em direitos autorais de mais de 5.000 músicas violadas. Fechá-lo foi a solução encontrada para fugir dessas multas.

A mãe de Greenberg, Lori Greenberg, afirma que ele não estava deprimido com o fim do Grooveshark, mas, sim, aliviado. “Ele estava animado quanto às novas coisas que iria começar”, disse ao Gainesville Sun.

Uma autopsia será realizada hoje, para identificar possíveis problemas no coração e cérebro do rapaz; caso nada seja encontrado, serão feitos exames toxicológicos, cujos resultados só ficam prontos daqui a dois ou três meses.

Josh Greenberg fundou o Groovershark com apenas 19 anos, enquanto cursava o primeiro ano da Universidade de Flórida. O site foi feito em parceria com Sam Tarantino e, em seu auge, teve mais de 40 milhões de usuários por mês.

Processos

Os primeiros processos contra o Grooveshark foram de autoria da Universal Music Group — a gravadora acusava o site de supostamente fazer upload ilegal de músicas dela. Na época, a Universal pedia US$ 150.000 por cada música da gravadora no site: 1.971, segundo a própria gravadora.

Pouco depois, Sony Music e Warner Music Group se juntaram à Universal e em 2012, a EMI, a única gravadora que mantinha um acordo com o Grooveshark, também resolveu processá-lo, alegando que a Escape Media Group Inc., dona do site de streaming, quebrou o contrato firmado em 2009, dizendo que “não fez um pagamento sequer de royalties à EMI, nem forneceu qualquer demonstração contábil”, segundo informações do New York Times.

Em 2013, o Google deixou de sugerir o Grooveshark nas buscar automáticas — ele continuava a aparecer nas buscas, mas não no preenchimento automático (ou autocomplete) por estar associado diretamente à pirataria. Como disse o Google no período:

Nossos algoritmos impedem que termos altamente associados à pirataria apareçam no Preenchimento Automático (Autocomplete). Perceba que isso não afeta os resultados da pesquisa, mas apenas a função de Preenchimento Automático – nós não estamos removendo nada dos resultados da pesquisa ou bloqueando buscas por determinados termos.

Ainda em 2013, o Grooveshark tentou um acordo com as gravadoras, e queria se tornar o “YouTube da música” — funcionaria mais ou menos como o site de vídeos: os arquivos continuariam a ser enviados por usuários públicos, mas todo conteúdo protegido por direitos autorais alertaria o Grooveshark para removê-lo.

Não funcionou muito bem e, em abril deste ano o Grooveshark era acusado de violar o direito autoral de mais de 5.000 músicas. O juiz Thomas Griesa, responsável pelo caso, pretendia punir a Escape Media Group Inc. em US$ 150.000 por canção violada, o que culminaria nos US$ 736 milhões. O juiz tinha em mãos provas que os donos do Grooveshark agiam de má fé: e-mails pedindo aos funcionários do site que subissem o maior número de músicas possível no Grooveshark, tornando-o popular, independente dos riscos jurídicos. Veja parte do e-mail:

“Por favor, compartilhe o mais número de músicas possível quando estiver fora do escritório, e deixe seus computadores ligados sempre que puderem [….] Este conteúdo inicial é o que vai nos ajudar a iniciar a rede — é muito importante que todos ajudem”

Josh Greenberg e Sam Tarantino pretendiam diminuir o valor da multa argumentando que tentaram negociar acordos de licenciamento com as gravadoras desde 2007. Não foi o suficiente, e em 30 de abril o site foi encerrado. Para se livrar dos processos (e da multa) o Grooveshark precisou encerrar as operações, entregando o site, apps móveis, patentes e direitos autorais para as gravadoras que os processavam. Quem visita o site desde a data de encerramento é recebido com uma carta de despedida:

Caros fãs da música,

Hoje estamos fechando o Grooveshark.

Nós começamos há quase dez anos com o objetivo de ajudar os fãs a compartilhar e descobrir música. Mas, apesar das melhores intenções, nós cometemos erros muito graves. Nós não conseguimos garantir o licenciamento de titulares de direitos autorais para grande quantidade das músicas no serviço.

Isso foi errado. Pedimos desculpas. Sem ressalvas.

Descanse em paz Josh Greenberg. [Gainesville Sun, The Verge]

Imagem: Ben Westermann-Clark/Flickr
Foto de capa: Nathan Thompson/Flickr

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