Jovem diz que ter sido preso por engano por causa de reconhecimento facial da Apple; empresa nega
A vida de um adolescente de Nova York se tornou um pesadelo devido a uma confusão com sua identidade. Em um processo de US$ 1 bilhão movido contra a Apple na segunda-feira, ele afirma que o problema foi causado pelo software de reconhecimento facial da empresa.
O processo de Ousmane Bah alega que alguém roubou sua carteira de motorista — que não tem sua foto. Essa pessoa, então, teria usado o documento para se identificar falsamente como Bah ao ser pega roubando US$ 1.200 em produtos da Apple, principalmente Apple Pencils, de uma loja em Boston.
O autor do processo afirma que, quando o suposto ladrão foi pego e falsamente se apresentou como Bah, a equipe de segurança da Apple tirou uma foto do ladrão e erroneamente anexou-a às informações pessoais de Bah em um sistema de segurança. Então, quando outros roubos foram cometidos pela mesma pessoa, a Apple determinou incorretamente que Bah seria o suposto criminoso, de acordo com o processo.
Bah alega nunca ter estado em Boston. Ele também diz que estava em seu baile de formatura em Nova York no dia do suposto roubo.
Os policiais de Nova York prenderam Bah em sua casa às 4 da manhã do dia 29 de novembro. Mas, quando um detetive viu as filmagens da câmera de segurança de uma loja da Apple, o policial percebeu que a pessoa não se parecia com Bah.
De acordo com o processo, o detetive do Departamento de Polícia de Nova York disse a Bah que a segurança da Apple usa tecnologia de reconhecimento facial. O investigador suspeitou que, durante uma das muitas transgressões do suposto ladrão em locais da Apple em vários estados, o criminoso havia apresentado a carteira de motorista de Bah e se identificado falsamente como ele para um guarda de segurança patrimonial da empresa .
A Apple ainda não respondeu o pedido do Gizmodo para comentar o caso. Ao Engadget, um porta-voz disse que a empresa não usa reconhecimento facial em suas lojas.
Perguntamos à Apple se a empresa armazena fotos de pessoas e usa essas fotos para identificar pessoas que acreditam ter cometido crimes nas lojas (sem o uso de tecnologia de reconhecimento facial), mas ainda não obtivemos resposta. Vamos atualizar este post se a Apple responder.
O processo alega que essa prisão equivocada afetou os estudos de Bah, já que ele tinha uma prova na faculdade naquele dia. Bah alega que teve que perder vários dias de aula devido a suas viagens a diferentes estados para responder às acusações.
“Durante todo o seu primeiro ano de faculdade, o Sr. Bah passou por ansiedade constante e medo de que ele pudesse ser preso a qualquer momento”, afirma o processo.
As acusações contra Bah foram retiradas em Nova York, Delaware e Massachusetts, mas não em Nova Jersey.
Este é um caso confuso, e a ação pode estar equivocada na forma como se refere à tecnologia de reconhecimento facial da Apple. É impossível saber exatamente em que ponto os erros ocorreram. De qualquer forma, parece mesmo que Bah podia ter se ferrado por causa da negligência da Apple.