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Jovens rejeitam preservativos e têm alta de casos de infecções sexualmente transmissíveis

Geração atual utiliza menos camisinha do que seus predecessores. Isso tem gerado uma alta nas infecções que poderiam ser prevenidas

Especialistas alertam para um aumento preocupante no número de ISTs (Infecções Sexualmente Transmissíveis) entre os jovens, especialmente na faixa etária de 15 a 24 anos. Pesquisas indicam uma correlação direta entre o abandono do uso de preservativos e o aumento dessas infecções.

A sífilis, uma das que apresentou maior crescimento, passou de 59,1 para 78,5 casos a cada 100 mil pessoas, entre os anos 2019 e 2021, segundo dados do Ministério da Saúde. O infectologista e professor Fernando Bellissimo Rodrigues, da USP (Universidade de São Paulo), destaca que a redução no uso de métodos preventivos é uma das principais causas desse cenário.

Além disso, estudos globais confirmam que a geração atual utiliza menos preservativos do que seus predecessores nas últimas décadas.

Políticas públicas contra infecções sexualmente transmissíveis

O advento da PrEP (Profilaxia Pré-Exposição), um medicamento que evita a transmissão do HIV, trouxe uma nova dinâmica para a prevenção da doença. Porém, seu uso isolado, sem a utilização da camisinha, tem contribuído para a contração de outras ISTs.

Rodrigues ressalta que, embora a terapia antirretroviral tenha avançado no tratamento do HIV, outras ISTs continuam representando riscos significativos.

O especialista diz que a conscientização sobre a importância do uso combinado de métodos de prevenção é crucial para reverter a tendência crescente de infecções entre os jovens. Ele avalia ainda que o poder público apresenta um papel central na promoção da educação sexualnas escolas públicas e privadas. Isso inclui a divulgação de campanhas que estimulem o uso de preservativos.

“Esses são alguns dos pontos que precisam ser abordados amplamente para a contenção e a prevenção dessas doenças. A oferta de serviços de tratamento também é de suma importância, porque as pessoas, enquanto não se tratam, podem transmitir as ISTs, assim, a oferta de diagnóstico e tratamento pelo SUS é essencial”, disse ao jornal da USP.

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