Juntos, James Webb e Hubble captam colisão de DART com asteroide; veja

Foi a primeira vez que dois telescópios flagraram o mesmo fenômeno ao mesmo tempo; imagens de James Webb e Hubble servirão como pesquisa
Juntos, James Webb e Hubble captam colisão de DART com asteroide; veja
Imagem: Hubble/James Webb/NASA/Reprodução

Tanto James Webb quanto Hubble, os principais telescópios espaciais da NASA, flagraram o momento exato da colisão da sonda DART com o asteroide Dimorphos, na última segunda-feira (26). Foi a primeira vez que Hubble e James Webb observaram o mesmo corpo celeste ao mesmo tempo.

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Os telescópios espaciais captaram diferentes comprimentos de onda de luz. Enquanto James Webb flagrou a luz infravermelha, Hubble viu a luz visível – o que rende muito pano para manga no estudo desse fenômeno. 

A olho nu, as imagens podem não dizer tanta coisa. Mas, segundo a NASA, os pesquisadores poderão usar as informações dos dois telescópios para aprender sobre a superfície do asteroide. 

Segundo a NASA, o James Webb captou imagens de um núcleo compacto. Ali, parece haver “plumas de material”. “[São] como mechas do centro onde o impacto aconteceu”, disse a agência espacial norte-americana. O asteroide viajava a 22 mil km/h – velocidade três vezes mais rápida do que o James Webb foi projetado para rastrear. 

Ao todo, o mais novo e tecnológico telescópio do mundo registrou 10 imagens do acontecimento ao longo de cinco horas. Ele vai continuar coletando dados espectroscópicos do sistema de asteroides nos próximos meses para verificar a composição química do Dimorphos. 

Já o Hubble, um telescópio de 32 anos, captou que os materiais que saíram da colisão se parecem como “raios” curvos, que circulam o corpo do asteroide. Ainda não se sabe exatamente o que isso significa, disse a NASA. 

O Hubble identificou que o brilho do asteroide aumentou três vezes depois do impacto. Esse nível continuou por pelo menos oito horas. Ao todo, foram 45 imagens de antes e depois do impacto com a sonda DART. O telescópio continuará observando o asteroide nas próximas semanas. 

O que vem a seguir 

A captura simultânea do James Webb e Hubble representa um passo importante para entender mais sobre o fenômeno, mas também sobre a história e a composição do sistema solar. 

Agora, os cientistas da NASA se debruçam sobre a análise dos vários comprimentos de onda que resultaram da colisão. Isso deve ajudar os cientistas a descobrir se o Dimorphos perdeu grandes pedaços de material ou se o asteroide era composto, em sua maioria, por poeira fina. 

Isso é importante porque as informações  vão apontar se a colisão de uma espaçonave em um asteroide pode, ou não, mudar a sua órbita. No futuro, essas informações podem ajudar cientistas a desenvolver um sistema para desviar asteroides para longe da Terra. 

Mesmo assim, é impressionante saber que impedimos uma possível colisão de asteroide com a Terra. A sonda DART só alcançou Dimorphos, um asteroide do tamanho de um estádio de futebol, depois de 10 meses do lançamento. A colisão aconteceu a quase 11 milhões de quilômetros da Terra.

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Julia Possa

Julia Possa

Jornalista e mestre em Linguística. Antes trabalhei no Poder360, A Referência e em jornais e emissoras de TV no interior do RS. Curiosa, gosto de falar sobre o lado político das coisas - em especial da tecnologia e cultura. Me acompanhe no Twitter: @juliamzps

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