Juntos, James Webb e Hubble captam colisão de DART com asteroide; veja
Tanto James Webb quanto Hubble, os principais telescópios espaciais da NASA, flagraram o momento exato da colisão da sonda DART com o asteroide Dimorphos, na última segunda-feira (26). Foi a primeira vez que Hubble e James Webb observaram o mesmo corpo celeste ao mesmo tempo.
Os telescópios espaciais captaram diferentes comprimentos de onda de luz. Enquanto James Webb flagrou a luz infravermelha, Hubble viu a luz visível – o que rende muito pano para manga no estudo desse fenômeno.
A olho nu, as imagens podem não dizer tanta coisa. Mas, segundo a NASA, os pesquisadores poderão usar as informações dos dois telescópios para aprender sobre a superfície do asteroide.
.@NASAWebb & @NASAHubble caught the DART impact on camera – the 1st time that Webb & Hubble were used to simultaneously observe the same celestial target.
Looking forward to what we’ll learn about #DARTmission from our telescopes on Earth soon. https://t.co/Y0HOAbSkI0 https:/ pic.twitter.com/lgDwOBd7Om
— Bill Nelson (@SenBillNelson) September 29, 2022
Segundo a NASA, o James Webb captou imagens de um núcleo compacto. Ali, parece haver “plumas de material”. “[São] como mechas do centro onde o impacto aconteceu”, disse a agência espacial norte-americana. O asteroide viajava a 22 mil km/h – velocidade três vezes mais rápida do que o James Webb foi projetado para rastrear.
Ao todo, o mais novo e tecnológico telescópio do mundo registrou 10 imagens do acontecimento ao longo de cinco horas. Ele vai continuar coletando dados espectroscópicos do sistema de asteroides nos próximos meses para verificar a composição química do Dimorphos.
Já o Hubble, um telescópio de 32 anos, captou que os materiais que saíram da colisão se parecem como “raios” curvos, que circulam o corpo do asteroide. Ainda não se sabe exatamente o que isso significa, disse a NASA.
O Hubble identificou que o brilho do asteroide aumentou três vezes depois do impacto. Esse nível continuou por pelo menos oito horas. Ao todo, foram 45 imagens de antes e depois do impacto com a sonda DART. O telescópio continuará observando o asteroide nas próximas semanas.
O que vem a seguir
A captura simultânea do James Webb e Hubble representa um passo importante para entender mais sobre o fenômeno, mas também sobre a história e a composição do sistema solar.
Agora, os cientistas da NASA se debruçam sobre a análise dos vários comprimentos de onda que resultaram da colisão. Isso deve ajudar os cientistas a descobrir se o Dimorphos perdeu grandes pedaços de material ou se o asteroide era composto, em sua maioria, por poeira fina.
Isso é importante porque as informações vão apontar se a colisão de uma espaçonave em um asteroide pode, ou não, mudar a sua órbita. No futuro, essas informações podem ajudar cientistas a desenvolver um sistema para desviar asteroides para longe da Terra.
Mesmo assim, é impressionante saber que impedimos uma possível colisão de asteroide com a Terra. A sonda DART só alcançou Dimorphos, um asteroide do tamanho de um estádio de futebol, depois de 10 meses do lançamento. A colisão aconteceu a quase 11 milhões de quilômetros da Terra.