Langya: o novo vírus detectado na China é perigoso?

Não há um surto recente na China causado pelo novo vírus. Na verdade, ele foi apenas descrito em uma revista científica; entenda a história
Novo vírus, denominado Langya, é detectado na China.
Imagem: CDC/Unsplash/Reprodução

Com a pandemia de Covid-19 e o atual surto de varíola dos macacos, é comum que a população se preocupe com o surgimento de novos vírus. Foi isso que aconteceu com Langya henipavirus (LayV), anunciado na última terça-feira (9). 

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Logo de cara, já podemos adiantar que o patógeno não causará uma nova pandemia – pelo menos, não agora. Vamos aos fatos: foi publicado no The New England Journal of Medicine um artigo sobre este novo vírus detectado na China, que infectou 35 pessoas no país asiático entre 2018 e 2021. 

Diferente do coronavírus, por exemplo, o Langya não está em circulação neste momento. Ele foi apenas descrito na revista científica como uma nova espécie de vírus do gênero Henipavírus, alertando pesquisadores sobre sua existência. Agora que você já entendeu o motivo das manchetes, vale saber mais sobre o patógeno. 

Apenas 26 dos 35 casos confirmados no intervalo de pesquisa foram analisados em detalhes. Os pacientes eram moradores das províncias de Shandong e Henan, embora não tivessem histórico de relação ou passagem pelos mesmos lugares. 

A maior parte dos participantes do estudo eram agricultores, o que levou os cientistas a acreditarem que a transmissão ocorreu de um animal para o humano. Após análises genéticas, os pesquisadores apontaram o musaranho como possível reservatório do vírus.

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Não há informações sobre mortes causadas pelo Langya. O estudo cita apenas sintomas como febre, fadiga, tosse, dor de cabeça, vômito e até mesmo anormalidades no funcionamento do fígado e rins.

De toda forma, é importante conhecer o vírus e mantê-lo no radar. Outros dois vírus do gênero Henipavírus – Hendra henipavirus (HeV) e Nipah henipavirus (NiV) – foram responsáveis por surtos na Ásia e Oceania.

A taxa de mortalidade do HeV, por exemplo, chega a 57%, enquanto a do NiV varia entre 40 e 70%. Problemas respiratórios e neurológicos foram associados as duas infecções. Por outro lado, o fato de matarem rápido o hospedeiro parece ter contribuído para sua menor disseminação.

Carolina Fioratti

Carolina Fioratti

Repórter responsável pela cobertura de saúde e ciência, com passagem pela Revista Superinteressante. Entusiasta de temas e pautas sociais, está sempre pronta para novas discussões.

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