Lei Antitruste pode deixar iPhones “hackeáveis”, diz Apple; saiba o que é
A Apple atravessa uma acusação de monopólio, protocolado pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos e mais 16 estados norte-americanos. A denúncia principal é que a empresa da maçã viola a Lei Antitruste do país. Veja abaixo o que significa essa regra.
A violação da lei impede empresas terceiras de implementarem serviços em seus produtos. E, intencionalmente, tornar seus consumidores dependentes de seu ecossistema. O que os deixa menos propensos a migrarem para organizações concorrentes.
Por este motivo, a justiça pede que a companhia encerre imediatamente algumas práticas consideradas anticompetitivas. Entre elas o bloqueio de aplicativos de streaming na nuvem e a proibição da utilização de sistemas de pagamento alternativos à App Store, por exemplo.
Em comunicado, a Apple considerou que, caso deixe suas práticas atuais e siga a Lei Antitruste como a acusação deseja, suas plataformas serão menos seguras para seus usuários, sugerindo que os aparelhos da marca, como iPhones, iPads, iMacs e Macbooks, podem estar vulneráveis a ação de agentes mal-intencionados — golpistas e hackers.
O que é a Lei Antitruste americana?
A Lei Antitruste dos Estados Unidos, diretriz que a Apple vem sendo acusada de violar, é um conjunto de normas que regulamenta a atuação das empresas que atuam no país. Ela observa as práticas adequadas e legais a serem seguidas por cada organização. Além de evitar o surgimento de monopólios ilegais ou indevidos.
Os principais estatutos que embasam a lei datam do final do século 19 e início do século 20. Eles proíbem estritamente os monopólios, a fixação de preços de produtos e serviços, a operação de cartéis e estabelecem regras claras para o processo de aquisições e fusões de empresas.
Antitruste: Apple é comprometida com a segurança e privacidade?
De acordo com a Justiça dos EUA, a gigante da tecnologia tenta justificar suas práticas anticompetitivas com o argumento de precisar proteger a privacidade, segurança e preferências de seus clientes.
O promotor Jonathan Kanter sustenta que, na verdade, o comportamento da empresa está tornando seus produtos e serviços menos seguros e privados. Segundo a acusação, a big tech flexibiliza suas proteções e diretrizes quando lhe convém financeiramente. Ou seja, acaba gerando um ambiente inseguro para os consumidores.
Esta é uma acusação extremamente grave para uma companhia que considerada a segurança e privacidade como um de seus principais pilares. Aliás, na batalha judicial contra a Epic Games, a “maçã” usou justamente os argumentos de preservar um ambiente seguro para seus consumidores como justificativa para sua postura extremamente rígida.
Enquanto o processo não chega a um desfecho, a empresa, que se aproximava da marca de bater USS$ 3 trilhões em valor de mercado, tem observado uma importante desvalorização. O valor já ultrapassou a marca dos US$ 110 bilhões, ocasionada pela desaceleração nas vendas de iPhone e imbróglios judiciais em que está envolvida.