Uma extensa reformulação da árvore genealógica de Leonardo da Vinci conecta uma linhagem que se estende do avô do artista a 14 descendentes vivos — um período de 690 anos que abrange 21 gerações.
O novo estudo dos historiadores da arte Alessandro Vezzosi e Agnese Sabato foi publicado na Human Evolution. Os autores dizem que suas descobertas serão cruzadas com dados genéticos pertencentes a membros vivos e falecidos da família de da Vinci. De forma empolgante, a próxima análise de DNA pode lançar uma nova luz sobre o próprio homem, argumentam os especialistas.
O famoso artista, arquiteto e inventor da renascença nunca teve filhos, mas teve pelo menos 22 meios-irmãos, pois nasceu fora do casamento. Fontes e documentos históricos recentemente acessados permitiram que Vezzosi e Sabato traçassem a linha masculina até o avô de Leonardo, Michele, que nasceu em 1331.
A árvore genealógica recém-atualizada consiste em cinco ramos principais, que os pesquisadores rastrearam do pai de Leonardo, Ser Piero, e do meio-irmão, Domenico. Sendo assim, a equipe documentou uma linhagem masculina contínua que abrange 21 gerações e inclui 14 descendentes vivos — o mais jovem tem apenas 1 ano de idade. Destes 14, apenas um era conhecido da equipe. “Eles têm entre um e 85 anos, não moram bem em Vinci, mas em municípios vizinhos, até Versilia (na costa da Toscana) e têm empregos comuns como escriturário, agrimensor, artesão”, disse Vezzosi ao italiano novo outlet Ansa.
Há cinco anos, a mesma equipe identificou 35 parentes vivos de Leonardo, incluindo alguns da linhagem feminina, mas em sua maioria indiretos, segundo o jornal The Guardian. A nova pesquisa agora prepara o terreno para uma análise genética envolvendo o cromossomo Y, que é transmitido exclusivamente aos descendentes do sexo masculino. “Isso pode ser usado para verificar, por meio das tecnologias mais inovadoras da biologia molecular, a transmissão ininterrupta do cromossomo e a confirmar a recuperação do marcador Y de Leonardo”, afirma a pesquisa.
Curiosamente, a recuperação e a confirmação do cromossomo Y de Leonardo podem revelar novos insights sobre a origem geográfica de sua família, a saúde genética e, possivelmente, até a presença de sinestesia. Teoricamente, os dados biológicos de Da Vinci também poderiam ajudar a verificar a autenticidade de suas obras. Leonardo foi enterrado na França em 1519, mas a localização atual de seus restos mortais é incerta. O DNA de seus parentes vivos será analisado nos próximos meses, potencialmente levando a novos insights sobre o famoso artista e sua família.