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Logo após a “Retrospectiva 2023”, Spotify corta 17% de seus funcionários

“O crescimento econômico abrandou dramaticamente e o capital tornou-se mais caro”, justificou o CEO do Spotify, o bilionário sueco Daniel Ek

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O Spotify vai reduzir a sua força de trabalho. Em carta aberta, o CEO Daniel Ek anunciou a demissão de cerca de 1.500 funcionários – ou seja, 17% do quadro de colaboradores. A ideia é que a reestruturação ajude a equilibrar as contas da empresa.

A medida foi apresentada ao público nesta segunda-feira (4), pouco após a liberação do Spotify Wrapped 2023, um dos pontos altos de visibilidade da empresa no ano.

Ek explica que, nos últimos anos, a empresa se esforçou para se tornar um negócio “verdadeiramente excelente e sustentável”. Todavia, “o crescimento econômico abrandou dramaticamente e o capital tornou-se mais caro”. Diante desse cenário, a companhia tomou a decisão do corte.

A estimativa parte do último relatório financeiro da empresa, que indicou a existência de aproximadamente 9.000 funcionários.

O sueco Daniel Ek, CEO do Spotify (Imagem: LeWeb/Flickr)

Funcionários do Spotify terão período de indenização e mais

Para os impactados, o Spotify reservou algumas compensações, como o pagamento de uma indenização.

“Começaremos com uma linha de base para todos os funcionários, com o funcionário médio recebendo aproximadamente cinco meses de indenização”, disse Ek. “Isso será calculado com base nos requisitos locais de período de aviso prévio e na permanência do funcionário.”

A empresa também vai pagar as férias acumuladas e não utilizadas. Ao longo do período de desligamento, a empresa vai manter o pagamento da assistência médica. O RH ainda auxiliará quem migrou de país para trabalhar na companhia.

Além disso, os impactados serão elegíveis para serviços de recolocação por dois meses.

Imagem: Heidi Fin/Unsplash/Reprodução

Por que o Spotify está desligando seus funcionários?

Ao longo da carta pública, Daniel Ek dá ênfase às dificuldades econômicas e financeiras encaradas pela companhia. O CEO chega até a mencionar que pensou em fazer “reduções menores” ao longo de 2024 e 2025. Mas preferiu fazer a reestruturação de imediato.

“Considerando a lacuna entre o estado do nosso objetivo financeiro e os nossos custos operacionais atuais, decidi que uma ação substancial para redimensionar os nossos custos era a melhor opção para atingir os nossos objetivos”, disse.

Ek também fez um paralelo com os últimos anos para dar mais base à decisão. Segundo o executivo, durante a pandemia (2020 e 2021), a empresa investiu na expansão da equipe devido ao capital de menor custo.

Esta realidade, no entanto, não se manteve nos anos seguintes. Além do Brasil, cuja SELIC chegou a bater 13,75% entre agosto de 2022 e julho de 2023, outras regiões encararam alta dos juros.

A inflação também impactou a economia global nos últimos anos.

Despesas operacionais do Spotify (Imagem: Reprodução/Spotify IR)

Após trimestres de prejuízo, empresa teve lucro

O Spotify também não tem lá um histórico financeiro muito louvável. E é justamente aqui que a reestruturação se concentra.

No resultado do terceiro trimestre de 2023, a empresa até registrou um lucro operacional de 32 milhões de euros. Mas teve prejuízos de 247 milhões de euros no segundo trimestre do mesmo 2023 e 228 milhões de euros no terceiro trimestre de 2022.

Felizmente, o número de assinantes Premium subiu nos últimos períodos fiscais. O relatório aponta que, no comparativo anual, o público pagante cresceu 16% no terceiro trimestre de 2023.

Consequentemente, a receita total da empresa cresceu 11%.

Além disso, a empresa já começou a apertar o cinto no terceiro trimestre de 2023: ao longo do período, o Spotify teve uma despesa operacional total de 853 milhões de euros.

Valor 13% abaixo do resultado do ano anterior, que foi de 978 milhões de euros. O resultado também é melhor que os dois trimestres anteriores de 2023.

Com os cortes anunciados nesta semana, a expectativa é de que os gastos operacionais sejam ainda menores nos próximos ciclos.

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