Lyria: como o Google quer revolucionar a música mundial com IA
Plataformas de IA generativa como o ChatGPT, Midjourney e afins demonstraram o potencial da tecnologia na geração de textos e imagens. Agora, o Google quer dar um passo adiante.
A DeepMind, divisão de IA do Google, revelou, na última quinta-feira (16), que modelos de IA para criar músicas no YouTube Shorts poderão auxiliar músicos no processo criativo.
As soluções fazem parte do Lyria, que é apresentado como o “modelo de geração de música com IA mais avançado até o momento” do conglomerado.
“Trabalhamos em estreita colaboração com artistas e a indústria musical para garantir que essas tecnologias sejam amplamente benéficas”, asseguraram. “Continuaremos a envolver artistas, a indústria musical e a comunidade criativa em geral para estabelecer o padrão para o desenvolvimento responsável e a implantação de ferramentas de geração musical.”
Google testa IA para gerar músicas no YouTube Shorts
Comecemos pelo experimento Dream Track (“Trilha dos Sonhos”, em tradução livre). A ferramenta está disponível no YouTube Shorts para gerar trilhas sonoras de 30 segundos para os vídeos de curta duração da plataforma de streaming. Tudo o que os usuários precisam fazer é digitar o que deseja na música, como no ChatGPT.
O Google apresentou dois exemplos. No primeiro, é utilizado o prompt “uma balada sobre como os opostos se atraem, acústica otimista” para criar uma música no estilo do cantor Charlie Puth. Dessa forma, a ferramenta entregou uma música suave para ser usada como trilha sonora no vídeo, com direito à voz e melodia.
O segundo exemplo utilizou a voz e o estilo do rapper T-Pain. Da mesma forma, foi necessário inserir a solicitação “uma manhã ensolarada na Flórida, R&B” para a IA do Google escrever uma música.
Você pode conferir o resultado a seguir:
Vale destacar que o experimento ainda é bem limitado. Mas o Google destaca que a ferramenta é capaz de criar trilhas sonoras com base em grandes nomes da indústria musical, como Charli XCX, Demi Lovato, John Legend, Sia, Troye Sivan e Papoose — além dos já citados Charlie Puth e T-Pain.
“Cada artista participante fez parceria conosco e nos ajudará a testar e aprender a moldar o futuro da IA na música”, explicaram.
Lyria possui modelo para auxiliar artistas no processo criativo
Além dos criadores de conteúdo, o Google também quer auxiliar os músicos. Essa solução faz parte de um experimento para desenvolver ferramentas para artistas a fim de ajudar no processo criativo. Especialmente quando a melodia está na cabeça, mas o guitarrista, saxofonista e afins não conseguem transformá-la em realidade.
Diferentemente do Dream Track, a ideia desse experimento não é criar uma música completa, do zero. Mas dar apoio em momentos específicos durante a produção da melodia. Em um exemplo, o produtor Louis Bell apenas cantarola em um microfone para a plataforma gerar um solo de saxofone que acompanhará o resto da música.
O Google ainda mostra um beatbox transformado em um solo de bateria. Além disso, há um exemplo de outra pessoa cantarolando “Bella Ciao” para gerar uma partitura orquestral. A plataforma também será capaz de transformar acordes de teclado MIDI em um coro vocal.
Veja um exemplo a seguir:
O modelo Lyria também trabalha com o SynthID. Trata-se de uma marca d’água inaudível em forma de ondas sonoras que, na representação gráfica, indica que o conteúdo foi gerado por IA. A solução permanece disponível no arquivo de áudio mesmo com modificações posteriores, como a conversão para MP3, por exemplo.
Apesar da prévia, o Google não compartilhou informações sobre a disponibilidade da ferramenta.