Made in Brazil Nokia N900 aparece no Brasil, tira toda a atenção do N97
A Nokia reuniu os tais "blogueiros e twitteiros formadores de opinião" para ver, numa calorenta manhã de sábado, uma gélida palestra do finlandês Pekka Somerto, o VP de vendas e marketing global da companhia. O povo acordou quando Pekka tirou um N900 do bolso. Flashes espocaram. Durante a parte aberta a perguntas, Pekka desconversou quando questionei se a Nokia deveria continuar apostando tanto no Symbian, dada a recepção menos que entusiasmada do N97. Mas se a sabedoria e empolgação de blogueiros, twitteiros e nerds em geral dizem alguma coisa, está bastante claro aonde a Nokia deve colocar suas fichas, como mostra essa foto que eu tirei assim que acabou sua palestra.
Pekka nos lembrou da triste realidade que não há previsão de o N900, que teve sua estréia nos EUA adiada, ser lançado no Brasil. Mas e quando vier, não vai canibalizar o mercado? Para o executivo, o celular que roda o Maemo Linux não concorre com o N97. Ele é algo mais na linha de "computação móvel". Numa escala de qual smartphone da Nokia seria mais parecido com um computador de bolso, Pekko colocou o N97 < E75 < N900 em escadinha. "O grande diferencial é o funcionamento por janelas". De fato o negócio tem mais cara de computador por ter a multitarefa organizada dessa maneira aeropeek, e abrindo cada programa incrivelmente rápido. Veja:
Realmente o fato de a Nokia ainda incluir uma stylus (que eu pronunciei "stilus", num tósc-english bizarro) é meio, digamos, cafona. Mas como o Pekka falou, com o zoom rápido e o kinetic scrolling, dá pra você decidir se fica só no dedão ou não. O resultado é uma tela que parece não ser resistiva, bem mais responsiva que o N97 numa primeira olhada.
Pekka (sim, eu repito porque achei o nome dele engraçadinho) usa no seu dia-a-dia um E72. Como eu, passou um ano usando o E71. Tentou usar o N97 e o E75 e acabou voltando para o E71 atualizado (a diferença do E72 é a câmera de 5MP e um sistema com um leve upgrade). Franco, ele concordou com a minha opinião de que o E71 faz tudo muito mais rápido que o N97. E que, bizarramente, é muito mais fácil e rápido de escrever no teclado menor mas pontudinho dos ESeries do que do slider do modelo mais caro da empresa. Sim, o Symbian S60 v3 parece mais velho a cada dia. Mas ele entrega.
Voltando à foto lá em cima: o curioso é que as pessoas estão clicando desesperadamente o N900 com N97s – um presente dado pela organização do Nokiacamp a alguns blogueiros. Um dos objetivos do evento voltado a mídias sociais era fazer mais gente falar do N97, que foi lançado com pompa mas ninguém parece ter percebido. Para quem estava de fora, a estratégia deu certo, pela repentina enxurrada de posições favoráveis de alguns twiteiros e blogueiros mais comprometidos com a marca. Mas lá mesmo eu ouvi um bocado de reclamações.
O aparelho do Zumo travou enquanto ele twittava. A lentidão geral incomodava. Um nokiaguru admitiu a mim que "clicava em abrir mensagem e ia tomar café". No evento em si, vários voltavam ao iPhone depois de poucos minutos de frustrações e mil oks para conectar à internet. Aliás, o N97 que eu testava travou totalmente. Ninguém sabia o que fazer. Só voltou a funcionar depois que o Rodrigo Toledo lembrou como era o master reset do aparelho, que envolve clicar em várias teclas ao mesmo tempo. Um Konami Code que apagou o pouco que coloquei na memória, mas ressuscitou o bicho. Eu acho que a Nokia faz algo meio que criminoso vendendo o smartphone sem a absolutamente necessária atualização de firmware. A câmera é decente, ao menos, e o update que está vindo aí é promissor. De qualquer modo, minha segunda opinião (essa é a primeira) é menos favorável ainda.
Mas hey, me disseram que com muita dedicação, paciência e customização dá pra transformá-lo em um smartphone muito bom. Mas deixo essa oportunidade a outra pessoa: o Gizmodo vai dar o N97 que recebi de presente a algum de vocês. Fiquem ligados.