
Mãe orca que carregou filhote morto por 17 dias volta a enfrentar luto
Em 2018, a orca Tahlequah chamou atenção na mídia por carregar seu filhote morto por mais de 1.600 quilômetros durante 17 dias. Agora, no início de janeiro, ela foi avistada novamente exibindo o mesmo comportamento com um novo filhote. Além dos filhotes perdidos, Tahlequah tem uma outra orca de 14 anos e um bebê que nasceu em 2020.
A saga do filhote da orca
A fêmea de 136 quilos, identificada como J61, foi vista pela primeira vez em 20 de dezembro na área de Puget Sound, na costa de Washington. Então, três dias depois, a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional confirmou o avistamento. Contudo, já na véspera de Ano Novo, veio a confirmação da morte do animal.
De acordo com pesquisadores, em 5 de janeiro, Tahlequah ainda carregava o filhote, cutucando seu corpo com o focinho para impedir que o oceano o levasse. O comportamento preocupa pesquisadores devido à sobrecarga da mãe, podendo atrasá-la e afetar sua busca por comida. Em contrapartida, segundo Weiss, membros de seu grupo parecem ajudá-la, visto que ela não demonstrou declínio algum em sua primeira perda.
Perda e luto são comuns entre as orcas, espécie ameaçada no sul dos EUA
Essa não é a primeira vez que uma orca fêmea demonstra luto pela morte de um filhote, embora Tahlequah tenha carregado o seu por mais tempo que o comum. No entanto, será difícil ter mais atualizações sobre o luto da orca, conforme seu grupo se afasta de Puget Sound.
“Assim como da última vez, acho que é suficiente reconhecer o quão forte é o vínculo mãe-filhote nas orcas (um dos relacionamentos sociais mais fortes em qualquer animal) e ver que ela claramente não está pronta para desistir”, disse o Dr. Michael Weiss, diretor de pesquisa do Center for Whale Research, à CNN.
Não há dados para deduzir as causas das perdas, mas quase 70% das gestações de orcas em Southern Resident resultam em abortos espontâneos ou mortes precoces. Algumas razões podem ser os poluentes, ruído, endogamia e a falta de salmão Chinook, afirmou Weiss.
Infelizmente, as orcas do Sul são uma das populações de mamíferos marinhos mais criticamente ameaçadas nos Estados Unidos. Como se reproduzem a cada cinco anos, a estimativa é de que tenham somente de cinco a seis filhotes em condições ideais em sua vida.