O Magic Leap está muito atrás de concorrentes, como o HoloLens da Microsoft

A Magic Leap surgiu com uma proposta ousada de criar um "novo tipo de realidade aumentada. Acontece que a tecnologia da cia aparentemente está muito atrasada

A Magic Leap surgiu com uma proposta ousada de criar um “novo tipo de realidade aumentada” e chamou atenção de gigantes, entre eles o Google que investiu US$ 542 milhões no projeto. Acontece que a tecnologia da empresa aparentemente está muito atrasada em relação à concorrência. Neste momento, a Microsoft trabalha com o ambicioso HoloLens e tem algo palpável em mãos, ao contrário da startup.

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• A interface do Magic Leap, concorrente do Microsoft HoloLens com apoio do Google
• Magic Leap, empresa que está criando o futuro da realidade aumentada, agora tem apoio do Google

As informações são do site The Information que fez uma entrevista com Rony Abovitz, CEO da Magic Leap. A reportagem revela que a companhia publicou uma demonstração enganosa de um produto no ano passado e tem tido dificuldades em transformar um dispositivo de realidade virtual que tem o tamanho de um capacete em um dispositivo do tamanho de um óculos comum.

A Magic Leap nunca revelou muitos detalhes da sua operação e tecnologia, mesmo assim conseguiu investimentos de peixes grandes como Google, Alibaba e Andreessen Horowitz. A proposta deles é oferecer uma experiência 3D mais realista do que qualquer outro equipamento que temos hoje. Em junho de 2014, o The New York Times descreveu a tecnologia assim:

Diferentemente das imagens digitais estéreo, que vem da projeção de duas imagens ligeiramente deslocadas com cores e brilhos diferentes, a Magic Leap diz que seu campo de luz digital codifica mais informações sobre uma cena para ajudar o cérebro a entender o que ele está olhando, incluindo o espalhamento dos raios de luz e da distância dos objetos.

Já em 2016, a Wired conseguiu ter acesso ao dispositivo e o repórter Kevin Kelly conseguiu usar o headset:

O usuário vê o mundo externo através do vidro, enquanto os elementos virtuais são projetados a partir de uma fonte de luz na borda do vidro, e refletidos nos olhos do usuário. A Magic Leap diz que o dispositivo é único na forma como dispara luz em direção aos olhos, mas a empresa não explicou mais sobre isso.

A companhia sempre apostou forte numa tecnologia que chamam de “display de digitalização por fibra”, que permitiria diminuir o tamanho do hardware utilizado nos protótipos. O The Information aponta que a Magic Leap ainda não conseguiu fazer essa tecnologia funcionar e a transformou num projeto de pesquisa a longo prazo. “Na engenharia, você precisa fazer trocas, no final das contas”, disse Abovitz na entrevista.

A tecnologia da Magic LeapO que o Magic Leap seria capaz de fazer, na teoria.

O site recebeu ainda uma unidade de demonstração do produto na sede da Magic Leap e o descreveu como “um grande capacete que se conecta a um computador desktop usando diversos cabos”. Segundo a reportagem, os elementos são semelhantes ao do HoloLens, mas as imagens às vezes possuem menos definição do que no protótipo da Microsoft.

A startup postou alguns vídeos no YouTube com demonstrações de como a sua versão da realidade virtual iria funcionar. Pelo menos um desses vídeos – de um game de uma invasão alienígena – foi criado pelo estúdio de efeitos especiais Weta Workshop. A descrição do vídeo dizia: “esse é um game que estamos jogando no escritório nesse momento”. Acreditava-se que a Weta teria criado apenas os elementos visuais do jogo, mas o The Information revela que o vídeo foi inteiramente criado pelo estúdio.

Apesar de não parecer que tenham feito avanços, a Magic Leap tem um protótipo que parece ter o tamanho de um par de óculos comum. A empresa, no entanto, não quis demonstrá-lo para o The Information e Abovitz diz que ele é apenas um pouco menos poderoso do que os protótipos que dependem de uma conexão com fio com os computadores.

A Microsoft, por sua vez, já disponibiliza um kit de desenvolvedor do HoloLens por US$ 3 mil. O dispositivo não depende de nenhuma conexão com um PC.

[The Information via The Verge]

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