Maior explosão cósmica já vista brilha 2 trilhões de vezes mais que o Sol

Astrônomos dizem que a explosão, a 8 bilhões de anos-luz, é resultado de uma vasta nuvem de gás mergulhando em um buraco negro supermassivo
explosão cósmica em representação artística
Imagem: John A. Paice/Reprodução

Astrônomos da Universidade de Southampton (Reino Unido) e outras instituições descobriram a maior explosão cósmica já testemunhada, mais de dez vezes mais brilhante do que qualquer supernova conhecida. 

A explosão estelar, conhecida como AT2021lwx, ocorreu a quase 8 bilhões de anos-luz de distância – ou seja, 6 bilhões de anos após o Big Bang – e dura atualmente mais de três anos. Os astrônomos descreveram o fenômeno na última quinta (11), na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.

“Estimamos que seja uma bola de fogo com 100 vezes o tamanho do Sistema Solar e com um brilho de cerca de 2 trilhões de vezes o do Sol”, disse Philip Wiseman, autor principal do estudo, em entrevista ao The Guardian. “Em três anos, este evento liberou cerca de 100 vezes mais energia do que o Sol em seus 10 bilhões de anos de vida.”

A explosão foi detectada pela primeira vez em 2020 pela Zwicky Transient Facility, na Califórnia, e pelos telescópios do sistema Atlas, no Havaí – instalações que regularmente examinam o céu noturno para identificar objetos transitórios que mudam rapidamente de brilho, como supernovas.

“A maioria dos eventos de supernovas e perturbações das marés dura apenas alguns meses antes de desaparecer”, disse Wiseman em comunicado. “Algo brilhante por mais de dois anos foi imediatamente muito incomum.”

A equipe então recorreu a mais três telescópios. “Dada a singularidade deste evento, nós o observamos em diferentes comprimentos de onda com o objetivo de entender sua natureza”, disse Tomas Müller-Bravo.

O que causou a explosão

Os cientistas acreditam que a explosão cósmica aconteceu quando uma nuvem de gás gigante, talvez milhares de vezes maior que o nosso sol, mergulhou em um buraco negro supermassivo. 

A nuvem faria parte do disco de acreção do buraco negro: um donut de gás e poeira que orbita este corpo celeste à medida que é engolido por ele – como se tivessem dado descarga neste amontoado de material cósmico. Ainda não está claro o que pode ter desviado esta parte do disco.

O próximo passo da equipe é coletar mais dados sobre a explosão, que possam revelar a superfície e a temperatura do objeto, além de dar pistas sobre quais processos subjacentes estão acontecendo. Eles também farão simulações computacionais para testar sua teoria sobre a causa da explosão.

Os únicos fenômenos cósmicos tão brilhantes quanto a AT2021lwx são os quasares: buracos negros supermassivos com um fluxo constante de gás que cai sobre eles em alta velocidade.

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