A NASA divulgou imagens captadas via satélite do remanescente do maior iceberg já visto flutuando nos oceanos do mundo. A agência espacial afirma que ele está rumando para o norte, onde deve derreter rapidamente nas águas mais quentes do Atlântico Sul.
O enorme bloco, batizado A-76, se desprendeu da plataforma de gelo Roone, na Antártida, em maio de 2021. Na época, ele tinha cerca de 135 quilômetros de comprimento e 26 quilômetros de largura, totalizando uma área de 4.320 km². Para comparação, ele tinha quase três vezes a área da cidade de São Paulo, sendo um pouco menor do que o Distrito Federal.
Cerca de um mês depois, o bloco se partiu em três pedaços, sendo o A-76A o maior deles. É este fragmento maior que a NASA fotografou no final do mês passado, vagando por uma região chamada Passagem de Drake.
A área contém uma corrente oceânica turbulenta que levará o iceberg para uma região entre o Cabo Horn, na África do Sul, e as Ilhas Shetland do Sul, ao norte da Península Antártica.
A agência afirma que o bloco de gelo — com um formato de um dedo — fez uma longa jornada desde que se desprendeu, mas que ele manteve seu enorme tamanho no último ano. Isso mudará agora que a Corrente Circumpolar Antártica o levou até a Passagem de Drake.
“A partir desse ponto, os icebergs muitas vezes viajam para o norte em direção ao equador e derretem rapidamente nas águas mais quentes da região”, disse a NASA.
Segundo o site Space, o A68a, que detinha antes do A-76 o título de maior iceberg do mundo por três anos, foi dividido ao meio por poderosas correntes oceânicas, antes de se aproximar da britânica Ilha Geórgia do Sul, no final de 2020.
Os icebergs são fragmentos flutuantes que se soltam de geleiras ou plataformas de gelo. O estudo da frequência desses desprendimentos pode ajudar a entender os ciclos naturais na Antártida, assim como o impacto das mudanças climáticas no planeta.
Cientistas alertam que a Antártida está aquecendo em um ritmo mais rápido do que o resto do mundo, gerando icebergs grandes que não eram vistos há décadas. Segundo os pesquisadores, o continente tem água congelada suficiente para elevar o nível do mar global em 60 metros.