Tecnologia

Maioria dos brasileiros teme perder emprego para IA, segundo pesquisa

Segundo a Pesquisa Game Brasil de 2024, 58% dos brasileiros acreditam que as ferramentas de IA podem aumentar a desigualdade social
Imagem: Choong Deng Xiang/Unsplash/Reprodução

A maioria da população do Brasil concorda que ferramentas de inteligência artificial generativa podem ajudar pessoas a se tornarem mais produtivas e criativas. Entretanto, parte dos brasileiros acredita que a IA também pode aumentar a desigualdade social ao acabar com empregos.

As afirmações vêm da Pesquisa Game Brasil (PGB) de 2024, que entrevistou 13.360 pessoas no Brasil, em 26 estados e no Distrito Federal, durante os meses de dezembro de 2023 e janeiro deste ano.

Na edição de 2024, a pesquisa demonstra um receio da população em relação às ferramentas de IA generativa. Entre os entrevistados, 56,2% afirmaram ter medo de um mundo dominado pela tecnologia, e 58% disseram acreditar em um possível aumento na desigualdade social como resultado das substituições dos empregos.

Embora haja medo, IA ainda pode ser uma aliada para brasileiros

Apesar do medo em reação à inteligência artificial, 67,8% das pessoas endossam a visão de que as inteligências artificiais podem melhorar o trabalho, tornando os profissionais mais produtivos e criativos.

Em entrevista ao Giz Brasil, Carlos Silva, sócio da Go Gamers — empresa responsável pela PGB — explicou o porquê da dualidade de pensamentos dos brasileiros em relação à IA. Veja abaixo.

“Quando a gente pensa em novas tecnologias, existe um pouco desses dois lados: acreditar que pode ser um benefício e temer caso cresça demais sem controle, sem regulamentação. A inteligência artificial é uma pauta importante hoje. Cada vez mais é uma tecnologia presente no nosso dia a dia, mais rápido do que a gente imaginava. E tende a continuar evoluindo. A partir do momento que as pessoas enxergarem melhor, ou os benefícios forem apresentados, essas preocupações tendem a diminuir, talvez”.

Carlos Silva, sócio da Go Gamers.

Silva ainda comenta que, no geral, a opinião sobre IA no Brasil não mudou conforme a classe social do entrevistado. Como a pesquisa é realizada com um público que gosta de jogos, existe um envolvimento maior e menos receio com novas tecnologias.

A diferença fica por conta do perfil dos jogadores. Enquanto os gamers hardcore apostam em um futuro movido por inteligência artificial, os jogadores casuais podem demorar para aderir às inovações do mercado.

A inteligência artificial além dos jogos

Além do uso no trabalho, a IA pode ser uma aliada em outras áreas da vida, na visão dos brasileiros. Segundo a PGB, 59,5% dos entrevistados gostam da ideia de utilizar as ferramentas generativas em escolas e no aprendizado, a fim de tornar a prática mais eficaz.

Vale mencionar também que 59,7% dos entrevistados sentem que as ferramentas de IA estão completamente ligadas ao cotidiano.

Os aplicativos de geração de textos, imagens e sons, como o ChatGPT, são aliados de 27,3% dos participantes da pesquisa. Por fim, apenas 9% dos brasileiros ouvidos afirma não ter entrado em contato com nenhuma ferramenta de IA generativa, até hoje.

De acordo com a PGB, dentre as ferramentas de IA mais populares no Brasil estão:

Ferramenta % de pessoas que conhece ou já utilizou
Sistemas de navegação por mapas (Ex.: Google Maps) 58,7%
Chatbots no atendimento ao consumidor 55,8%
Assistentes virtuais (Ex.: Siri, Cortana, Alexa) 42,4%
Estruturas de identificação e reconhecimento facial 37,5%
Algoritmos de recomendação em plataformas digitais (Ex.: YouTube) 31,8%
Ferramentas de geração de textos, imagens e sons (Ex.: ChatGPT) 27,3%
Editores e corretores automáticos de texto (Ex.: Grammarly) 26,3%
Bloqueios automáticos de conteúdo nas redes sociais 11,1%

Maioria dos gamers no Brasil usa IA todos os dias

Entre os gamers, especificamente, as ferramentas de inteligência artificial já estão presentes no cotidiano da maioria. Segundo a PGB, mais de 68% dos jogadores usam algum modelo de IA no dia a dia, enquanto 85,5% dos entrevistados dizem conhecer a tecnologia.

Além dos recortes sobre inteligência artificial, a pesquisa retrata como os jogos eletrônicos fazem parte não só do entretenimento, como também da socialização dos brasileiros. O estudo ainda detalha o perfil do gamer no Brasil, desde preferências, até comportamentos e identidades.

O documento completo está disponível em versões gratuitas e pagas no site oficial da Pesquisa Game Brasil.

Murilo Tunholi

Murilo Tunholi

Jornalista especializado em tecnologia, jogos, entretenimento e ciência. Já passou por grandes redações do Brasil (TechTudo, Tecnoblog, Terra e Olhar Digital) e trabalhou com relações públicas e assessoria de imprensa na Theogames, atendendo à Blizzard Entertainment e mais clientes do mercado de videogames. É apaixonado pela cultura geek, música e produção de conteúdo. Nas horas vagas, é aspirante a artista marcial e cozinheiro.

fique por dentro
das novidades giz Inscreva-se agora para receber em primeira mão todas as notícias sobre tecnologia, ciência e cultura, reviews e comparativos exclusivos de produtos, além de descontos imperdíveis em ofertas exclusivas