LG, HTC e Asus também manipulam benchmarks – e isso está muito errado

A Samsung foi acusada de turbinar o Galaxy S4 e o Note 3 para fazê-los parecer melhores do que são em benchmarks. O Anandtech foi mais fundo, e descobriu que outras fabricantes também estão trapaceando. Isso está muito errado. Os benchmarks de dispositivos móveis não foram feitos para medir seu desempenho máximo. Para que saber […]

A Samsung foi acusada de turbinar o Galaxy S4 e o Note 3 para fazê-los parecer melhores do que são em benchmarks. O Anandtech foi mais fundo, e descobriu que outras fabricantes também estão trapaceando. Isso está muito errado.

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Os benchmarks de dispositivos móveis não foram feitos para medir seu desempenho máximo. Para que saber esse limite, se você não vai atingi-lo mesmo usando apps pesados? É algo totalmente artificial.

Pelo contrário, os benchmarks mostram algo muito mais útil: como o processador (ou chip gráfico) reage ao lidar com uma carga enorme de tarefas. Em vez de fornecer desempenho máximo o tempo inteiro, ele lhe dará algo mais equilibrado.

O exemplo mais claro disso está no gráfico abaixo, do AnandTech, que mostra o comportamento do Galaxy S4 rodando um benchmark de forma normal, sem forçar os núcleos a funcionar no máximo:

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Veja que a frequência aumenta e diminui aos poucos até chegar no máximo. É isso que seu smartphone fará todo dia ao lidar com tarefas pesadas – ele não ficará sempre no limite.

Mas ei, talvez você queira saber qual é o limite máximo do seu smartphone! Então que as fabricantes deem a opção de rodar benchmarks com (ou sem) as otimizações ocultas que elas colocam, sem aviso, nos seus produtos. A falta de transparência também é um erro.

E, infelizmente, é um erro que muitas fabricantes cometem. Após testes extensos, o AnandTech conclui:

Com exceção da Apple e Motorola, literalmente toda fabricante com quem já trabalhamos vende (ou vendeu) pelo menos um dispositivo que usa essa otimização de CPU… É um problema sistêmico que parece ter surgido nos últimos dois anos, e que se estende muito além da Samsung.

Na tabela intitulada “Eu não acredito que tive que fazer essa tabela“, eles listam os gadgets e os benchmarks nos quais eles trapaceiam. Os mentirosos são: HTC One, HTC One mini, LG G2, Samsung Galaxy Tab 3 10.1, Samsung Galaxy Note 10.1 (2014 Edition) e ASUS Padfone Infinity. Vale notar que eles não mentem em todos os benchmarks, mas alguns (como AnTuTu e Vellamo) são os maiores alvos.

E quem não trapaceia? O Moto X, o Razr i, o NVIDIA Shield e a linha Nexus – já que ela roda Android padrão, sem truques para manipular benchmarks.

É interessante notar que, segundo o AnandTech, manipular benchmarks é uma escolha da fabricante do gadget, não do processador. “Eu sei que, internamente, a Intel se opõe bastante a essa prática”, dizem eles. (O Tab 3 10.1 roda processador da Intel.) Sim, Nvidia, Intel e AMD já foram acusadas de turbinar benchmarks no passado – mas nem por isso a atitude é correta.

E o pior é que, segundo o AnandTech, na maioria das vezes o ganho em manipular benchmarks é mínimo, variando entre 0% e 5%. Imaginar que as fabricantes estão se esforçando para mentir nos testes de desempenho – em vez de otimizar seu software direito, por exemplo – mostra como elas estão perdendo tempo com algo inútil.

Então, fabricantes, parem com isso – ou pelo menos sejam mais transparentes a respeito. [Anandtech]

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