“Marmota brasileira” ameaçada de extinção é vista cavando buraco no RS
O tuco-tuco, espécie ameaçada de extinção conhecida popularmente como a “marmota brasileira”, apareceu recentemente cavando uma toca nas dunas do litoral gaúcho.
A cena aconteceu na manhã do último domingo (7), em Nova Tramandaí, no Litoral Norte do Rio Grande do Sul. O repórter fotográfico do portal GHZ foi quem registrou a rara aparição do tuco-tuco. Jefferson Botega, que estava em passeio com a esposa, percebeu um movimento na areia da praia e capturou o momento com sua GoPro.
“Deixei lá [a câmera] por cerca de 80 minutos. Fui dar uma conferida e ele tinha fechado a “porta” da toca. Acho que ele se assustou com a câmera. Resolvi mudar a estratégia, e coloquei a GgoPro na parte de trás da toca. Aí deu uns 40 minutos e vimos que o tuco-tuco estava a mil trabalhando”, disse Botega ao GHZ. Confira o vídeo.
Risco de extinção da “marmota brasileira”
Os tuco-tucos são roedores que vivem em galerias subterrâneas nas planícies arenosas da América do Sul. No litoral gaúcho, há duas espécies: tuco-tucos das dunas (Ctenomys flamarioni), que prefere as dunas perto da praia, e o tuco-tuco (Ctenomys minutus), nas dunas perto das lagoas.
O nome “tuco-tuco” é uma referência ao som que o macho faz quando está se sentindo ameaçado. Aliás, foi o biólogo brasileiro Vitor Hugo Travi que descreveu a espécie e deu esse nome em homenagem ao seu colega, Luiz Flamarion B. de Oliveira, em 1981.
O tuco-tuco das dunas está listado como em perigo de extinção pela Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN, pois seu habitat está em constante mudança, afetado tanto por fenômenos naturais quanto pela ocupação humana.
A remoção da primeira linha de dunas para urbanização e especulação imobiliária — o que altera o ambiente –, é a principal ameaça para a espécie. Além disso, o impacto humano sobre as dunas, bem como a presença de animais domésticos, são um risco aos tuco-tucos.
Por isso, a UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) criou o “Projeto Tuco-Tuco” para proteger o animal, com o objetivo de educar quem frequenta o litoral do RS sobre a importância dos tuco-tucos.
Embora similares à marmota da América do Norte, o tuco-tuco é próximo da capivara geneticamente, vivendo por aproximadamente dois anos, com uma dieta apenas de plantas.