Um mapa criado com 3.000 imagens de Marte oferece uma nova perspectiva sobre o planeta vermelho. Trata-se de uma visão “plana” da superfície marciana, onde é possível ver as verdadeiras cores, nuances e luzes do vizinho da Terra.
Não é como se mapas de Marte fossem uma novidade, mas este tem o diferencial de trazer detalhes nítidos, que incluem dunas de areia, ravinas e rochas salientes – tudo em uma visão única e global.
As imagens que compõem o mapa vêm da sonda Hope, dos Emirados Árabes Unidos. “Todas essas cores são naturais em Marte”, disse Dimitra Atri, cientista pesquisador do Centro de Ciências Espaciais da Universidade de Nova York em Abu Dhabi, ao jornal NY Times.
Ele conta que ficou impressionado quando viu a primeira imagem enviada pela sonda. “A qualidade da imagem mostrou o disco completo”, lembra. “Eu nunca tinha visto Marte assim”.
Veja o novo mapa global de Marte
Hope entrou na órbita de Marte em julho de 2020. Seu objetivo é estudar como as tempestades de poeira e outras condições climáticas próximas à superfície afetam a velocidade com que o ar vaza para o espaço.
O orbitador também leva uma câmera – equipamento usado para criar o atlas do planeta. “Pensamos: ok, deveríamos ter um atlas, porque poderemos fotografar Marte por vários anos”, comentou Atri.
Para isso, os pesquisadores decidiram criar primeiro um mapa de todo o planeta e que mostrasse as mudanças da superfície ao longo do ano marciano. Por isso a mudança na luz ao longo da imagem.
Ajuda de algoritmo
Segundo Atri, o processo de reunir todas as imagens sem as partes em que as nuvens obscureciam a superfície foi complexo e levou meses. “É extremamente difícil remover todos os limites e outras coisas”, lembra.
Mas, com ajuda de um algoritmo, deu certo. Agora, a equipe de cientistas escreve um artigo para descrever como eles desenvolveram a tecnologia e criaram o mapa global de Marte.
Segundo Atri, o mesmo método pode ser aplicado em outras espaçonaves, como a Juice, que foi lançada na última quinta-feira (14) para desbravar Júpiter. Na prática, isso significa que poderemos ver outros “atlas” de planetas em breve.