Ciência

Médico brasileiro lidera o 1º transplante de rim de porco para humano

Rim do animal foi geneticamente modificado para ser compatível com o corpo humano. O paciente, de 62 anos, sofria de doença renal terminal

O médico brasileiro Leonardo Riella liderou a equipe que fez o primeiro transplante de rim de um porco para um paciente humano vivo.

O rim do animal foi geneticamente modificado para ser compatível com o corpo humano. A cirurgia durou cerca de quatro horas, e aconteceu no Massachussets General Hospital, hospital universitário de Harvard em Boston, nos EUA.

Riella comemorou o sucesso da cirurgia e ressaltou a importância do feito histórico. “Setenta anos após o primeiro transplante renal e seis décadas após o advento dos medicamentos imunossupressores, estamos à beira de um avanço monumental nos transplantes”, disse, em comunicado.

“Estou firmemente convencido de que o xenotransplante representa uma solução promissora para a crise de escassez de órgãos”, completou Riella. Chama-se xenotransplante a inserção de órgãos de diferentes espécies de animais em seres humanos.

O paciente, um homem de 62 anos, sofria de doença renal crônica terminal. De acordo com o boletim médico, o paciente se recupera bem e a cirurgia foi bem-sucedida.

Como o rim do porco foi modificado

O rim de porco foi fornecido pela empresa eGenesis de Cambridge, Massachusetts. Ele foi geneticamente modificado, a partir da tecnologia CRISPR-Cas9, para remover genes suínos prejudiciais e adicionar certos genes humanos para melhorar sua compatibilidade.

Além disso, os cientistas inativaram retrovírus endógenos suínos no doador de porcos para eliminar qualquer risco de infecção em humanos. Nos últimos cinco anos, o MGH e a eGenesis fizeram diversas pesquisas em colaboração. As descobertas viraram um artigo científico publicado na Nature em 2023.

“O verdadeiro herói é o paciente, o senhor Slayman, porque o sucesso desta cirurgia pioneira, antes considerada inimaginável, não teria sido possível sem a sua coragem e vontade de embarcar numa viagem a um território médico desconhecido”, disse em um comunicado Joren Madsen, diretor do Centro de Transplantes do hospital.

Gabriel Andrade

Gabriel Andrade

Jornalista que cobre ciência, economia e tudo mais. Já passou por veículos como Poder360, Carta Capital e Yahoo.

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