Meghan Markle e Harry foram alvo de ataques coordenados no Twitter, apontam dados
Desde que se casaram, o príncipe Harry e a atriz Meghan Markle se tornaram alvos contínuos de polêmicas. Um dos assuntos mais falados após a formação do casal era o fato do príncipe ter se casado com uma mulher negra — um tabu na sociedade britânica, sobretudo entre as camadas mais conservadoras.
Desde então, Meghan sofreu com a pressão dentro e fora da família real, sofrendo racismo e recebendo uma enxurrada de mensagens de ódio nas redes sociais. Isso piorou com a decisão do casal de abrir mão de seus títulos de nobreza, em 2020.
Entretanto, parte do ódio destilado no Twitter contra o ex-duque e a ex-duquesa de Sussex que emerge pode fazer parte de uma campanha de ódio pensada contra o casal — sobretudo contra Meghan.
Na última terça-feira (26), um relatório feito pelo serviço de análise da rede social Bot Sentinel e divulgado pelo Buzzfeed News, revelou que mais de 114.000 tweets sobre o casal são parte de uma campanha coordenada de assédio direcionado a Meghan na rede social. Os dados mostraram que 83 contas são responsáveis por cerca de 70% do conteúdo negativo (e muitas vezes odioso) contra a ex-duquesa.
Dessas 83 contas, 55 são consideradas “contas primárias” responsáveis pela grande maioria do conteúdo negativo. E as outras 28 foram identificadas como “contas secundárias” — que, principalmente, amplificam os tweets do primeiro grupo.
A análise ainda revelou um nível de sofisticação e coordenação entre as contas, que usam seus 187.631 seguidores combinados para alimentar uma campanha de negatividade contra Harry e Meghan.
O CEO do Bot Sentinel, Christopher Bouzy, disse em entrevista ao BuzzFeed News que a campanha anti-Meghan não se assemelha a nada que a sua equipe já tenha visto antes.
Bouzy ainda explicou que os usuários que visam Meghan e Harry estão operando “de uma forma mais inteligente do que normalmente vemos”. O CEO disse que seus tweets odiosos estão misturados com tweets que não violam os termos de serviço do Twitter, tornando essas contas mais difíceis de serem detectadas.
Atualmente, o casal não possui nenhuma conta em nenhuma rede social. Nem mesmo a “Archewll”, fundação de caridade criada por Harry e Meghan, está presente nas redes.
Ao BuzzFeed News, um porta-voz do Twitter disse que a rede social está “investigando ativamente as informações e contas mencionadas neste relatório. Tomaremos medidas em contas que violam as Regras do Twitter”, completa.
No ano passado, a ex-duquesa declarou, durante uma entrevista, que não aparecia nas redes sociais para se preservar. Harry também comentou sobre o assunto em uma entrevista em janeiro deste ano. O duque disse que ele a esposa “vai retornar às redes sociais quando acharem que é o certo para eles — talvez, quando virmos compromissos mais significativos para mudar ou reformar”.
No relatório, o Bot Sentinel também estima que as contas por trás dos ataques têm um alcance muito grande e pode chegar a pelo menos 17 milhões de usuários do Twitter.