Quando os memes surgiram, ninguém imaginava o potencial de vídeos e imagens engraçadas como vilões sociais. Agora, os memes também são vilões do clima.
O mundo digital costuma subestimar o impacto ambiental de memes, vídeos e emails. No entanto, um novo estudo sobre “dark data” (ou dados obscuros) revela o papel dos memes como vilão do clima.
“Dark data” significa uma grande quantidade de dados em nuvem que nunca serão acessados novamente. Esses dados inúteis — gerados de memes e fotos antigas –, habitam data centers com supercomputadores. Por sua vez, esses dados consomem muita energia, contribuindo para as emissões de carbono.
Ian Hodgkinson, professor da Universidade de Loughborough, investiga os impactos ambientais do “dark data” e como eles podem ser combatidos. Apesar da percepção de que dados digitais são carbono neutro, Hodgkinson ressalta que qualquer pedaço de dados – seja memes, imagens, posts ou e-mails – carregam uma pegada de carbono que afeta o clima.
Além disso, de acordo com Hodgkison, os data centers vão corresponder por quase 6% do consumo de energia elétrica do Reino Unido em 2030. Portanto, a redução de armazenamento de dados desnecessários, como memes e emails, é crucial para reverter os efeitos no clima.
Embora os memes possam parecer insignificantes em termos de dados, o efeito cumulativo do armazenamento de milhões de arquivos desnecessários é bastante substancial. Aliás, a conveniência do armazenamento em nuvem, bem como o incentivo financeiro que empresas tech recebem para preservar dados, pode ampliar o problema.
O que fazer para reduzir o impacto dos memes no clima
Ao jornal Guardian, Ian Hodgkinson sugeriu algumas ações que podem reduzir o impacto dos memes no clima. Segundo o pesquisador, reduzir o envio de emails desnecessários e evitar utilizar o comando de “responder a todos” são alguns passos para fazer a diferença.
Além disso, ele enfatiza a importância em reconhecer que atividades “aparentemente inofensivas”, como usar ferramentas analíticas e chatbots de IA, têm um custo para o meio ambiente.
“Ao questionar a pegada de carbono de nossas ações digitais e tomar decisões informadas, podemos contribuir para um futuro digital mais sustentável”, diz Hodgkinson.