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Falhamos: metade das espécies sem dados de conservação pode, de fato, desaparecer

Estudo publicado na revista Nature utilizou inteligência artificial para calcular o risco de extinção de animais sem dados de conservação

Estudo publicado na revista Nature sugere que metade das espécies sem dados de conservação irão desaparecer.

Imagem: id23/Unsplash/Reprodução

Qualquer pesquisa requer dados. Se você estiver interessado em contabilizar a população de ursos polares no globo, por exemplo, precisa saber onde eles vivem, como é a oferta de alimentos na região e até mesmo quais perigos os animais enfrentam. 

Infelizmente, nem todas as espécies têm a sorte de serem observadas. A falta de informação dificulta o trabalho de conservacionistas, que não conseguem analisar o risco de extinção de grande parcela dos animais que habitam a Terra. 

Um estudo recente realizado por pesquisadores da Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia indica que mais de metade dessas espécies corre risco de extinção e pode, de fato, desaparecer. A pesquisa completa foi publicada na revista Communications Biology.

Os cientistas utilizaram aprendizado de máquina, uma ferramenta da Inteligência Artificial (IA), para chegar a este número. Primeiro, eles treinaram o algoritmo a partir de uma lista de mais de 26 mil espécies categorizadas pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).

Dessa forma, a máquina aprende a região em que os animais vivem e quais fatores podem influenciar a biodiversidade, ditando o risco de extinção. Então, aplicaram a probabilidade em outras 7.699 espécies com deficiência de dados. 

Os resultados indicam que 4.336 espécies (56%) estão provavelmente ameaçadas de extinção. De acordo com os cientistas, 85% dos anfíbios, 62% dos insetos, 61% dos mamíferos e 59% dos répteis com deficiência de dados correm o risco de desaparecer. As áreas mais afetadas do globo são a África Central, sul da Ásia e Madagascar.

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