Este meteorito responde uma importante questão sobre elementos criados no universo antigo

A presença do urânio em um fragmento de meteorito dá um bom indício de que o universo antigo criou partículas pesadas, como o cúrio.

Cientistas da Universidade de Chicago estudaram um pequeno meteorito conhecido como Curious Marie, que contém talvez a mais valiosa cerâmica de todo o mundo. Esses elementos de cerâmica podem nos dizer se o universo antigo criou partículas pesadas, e isso sem precisar conter nenhuma dessas partículas.

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A revista acadêmica Science Advances publicou imagens de uma rocha que não parece ser grande coisa. Mas o meteorito contém os ingredientes de uma descoberta importante. Ele nos diz que o cúrio definitivamente estava presente no universo antigo, apesar do fato dele não conter cúrio. O cúrio é difícil de encontrar em qualquer lugar. Ele foi descoberto em 1944, quando foi produzido ao bombardear plutônio com partículas alfa de hélio.

Até agora, víamos o cúrio como principalmente um elemento criado pelo homem. Mesmo quando ele é fabricado, não dura muito tempo. A meia vida do cúrio-242 é de 162 dias. Mesmo o cúrio-247, com meia vida de 15,6 milhões de anos, não é grande coisa em comparação com a vida de um universo.

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Crédito: Origins Lab, Universidade de Chicago

Isso fez a situação de astrofísicos que acreditavam que explosões de grandes estrelas no universo antigo podiam ter criado cúrio e outros elementos pesados um pouco difícil. Essa teoria surgiu nos anos 80, mas demorou muito tempo até alguém conseguir uma prova. Qualquer cúrio que tenha sido criado durante o universo antigo já sumiu há tempos, muito antes de colocarmos as mãos em um meteorito. Apesar do cúrio-247 não desaparecer, ele decai em urânio-235. A maioria dos meteoritos dificulta muito a distinção do urânio-235 produto do decaimento do cúrio daquele que é simplesmente o urânio.

O Curious Marie é diferente. Ele é uma inclusão – um fragmento de uma rocha antiga dentro de outra rocha – que é feita em grande parte de cálcio e alumínio. Essas inclusões são conhecidas por ter baixas taxas de urânio. Essas quantidades são tão baixas que um pequeno aumento no urânio, neste caso de apenas 6%, só pode ser explicado pelo fato do urânio ser um produto do decaimento do cúrio.

O fato do cúrio ter sido um dos elementos no universo antigo não muda muito a vida cotidiana – mas para aqueles que querem saber como o universo se tornou o que é, é algo bem importante. Não apenas mostra como a química do universo mudou com o passar do tempo, ele também nos permite saber quais processos aconteciam nas estrelas enquanto elas sintetizaram esses compostos químicos.

[Science Advances, Universidade de Chicago]

Imagem de topo: François L.H. Tissot

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