Tecnologia

Microsoft está sob risco de investigação por rastreamento indevido de menores

Empresa diz que opera em conformidade com a lei da União Europeia, mas entidade afirma que Microsoft faz rastreamento de menores na Áustria
Imagem: Wikimedia Commons/Reprodução

A Microsoft está sob risco de investigação por supostamente rastrear indevidamente menores de idade na Áustria. A gigante da tecnologia está sendo denunciada pelo NOYB (None of Your Business), grupo que advoga pela privacidade de cidadãos residentes na União Europeia.

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O 365 Education é o alvo das queixas. Ele é um pacote de softwares (Word, Excel, Microsoft Teams, PowerPoint e Outlook) oferecido como ferramenta educacional para instituições de ensino do mundo todo.

A entidade afirma que a Microsoft estaria violando a legislação da União Europeia ao, como controladora legal de informações de usuários, transferir a responsabilidade do controle de dados dos alunos para as escolas, que, na verdade, não têm acesso aos dados coletados.

“Sob o sistema atual que a Microsoft está impondo às escolas, sua instituição de ensino teria que auditar a Microsoft ou lhes dar instruções sobre como processar dados de alunos. Sabemos que esses acordos contratuais estão fora da realidade”

Rastreamento não é só de menores

O NOYB ainda alega que a empresa está coletando cookies de pessoas independentemente da idade, o inclui crianças e adolescentes. A nossa análise dos fluxos de dados é muito preocupante. O Microsoft 365 Education parece rastrear usuários independentemente da idade. Esta prática provavelmente afetará centenas de milhares de alunos e estudantes na UE e no EEE (Espaço Económico Europeu)

O grupo levou as denúncias à Autoridade Austríaca de Proteção de Dados. Por isso, se as alegações forem aceitas, a empresa americana pode estar no centro de um inquérito sobre como lida com os dados da população local. Isso especialmente de crianças e adolescentes.

Porém, ainda há possibilidade de outros membros da União Europeia onde o 365 Education é utilizado iniciarem investigações independentes para apurar as denúncias. Isso porque poderia ser um problema para a Microsoft e contribuir bastante com o desgaste de sua imagem, de forma parecida com o que ocorreu com o Facebook há alguns anos.

Através de um porta-voz, a Microsoft afirmou que o pacote de softwares está, sim, em conformidade com a legislação europeia de proteção de dados. No entanto, caso as denúncias sejam aceitas, o imbróglio pode se desenrolar por vários anos na justiça.

Vinicius Marques

Vinicius Marques

É jornalista, vive em São Paulo e escreve sobre tecnologia e games. É grande fã de cultura pop e profundamente apaixonado por cinema.

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